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TELEFONIA
Venda para operadoras não pode ocorrer nem após 2003, diz Anatel
Teles não podem comprar Embratel
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As operadoras de telefonia Brasil Telecom, Telemar e Telefônica
não podem comprar a Embratel.
A proibição vale mesmo após julho de 2003, quando termina o
prazo legal que impede mudanças
no grupo de controle das concessionárias -empresas que participaram do leilão da Telebrás, em
julho de 1998.
De acordo com Luiz Guilherme
Schymura, presidente da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), a proibição para essas
empresas comprarem a Embratel
é considerada um "dogma" dentro da agência reguladora.
Ou seja, a Embratel teria de ser
comprada por um novo investidor. "A venda para as [operadoras" fixas seria vetada pelo conselho diretor da agência se a decisão
tivesse de ser tomada hoje", disse.
Pela lei, após julho de 2003, cabe
à Anatel decidir se pode haver
mudança de controle entre as
concessionárias (Brasil Telecom,
Telefônica, Telemar e Embratel).
Antes desse prazo, a lei impede as
mudanças.
Para o presidente da Anatel, a
situação da Embratel é melhor do
que se comenta no mercado. "A
Embratel não está apresentando
essa situação tão apavorante que
tem sido descrita."
Segundo Schymura, a parte
operacional da empresa está intacta. Ele avalia que o problema
não são as dívidas, e sim o financiamento. "Qualquer empresa
que não tem uma linha de financiamento para seus investimentos
passa dificuldade."
A posição da Anatel contraria o
que querem as operadoras Brasil
Telecom, Telemar e Telefônica.
Elas pretendem transformar a
Embratel em uma mera empresa
de intermediação de serviços, repartindo entre si os negócios da
operadora.
Essas operadoras têm usado como argumento estudo da consultoria inglesa Spectrum, coordenado por Roberto Mangabeira Unger. De acordo com o estudo, "a
venda [da Embratel" reduziria a
concorrência e evitaria uma guerra de preços", afirma o estudo.
De acordo com o estudo, a Embratel não conseguirá sobreviver
com seu atual modelo de atuação
empresarial. Teria de renegociar
75% de sua dívida de R$ 4,4 bilhões em 2003 e sua fatia no mercado de ligações de longa distância cairia de 80% para 25% em
dois anos, por causa da concorrência com as operadoras locais.
Pelo estudo, os negócios de telefonia de longa distância da Embratel valeriam R$ 2,7 bilhões, e os
do mercado empresarial, R$ 2,2
bilhões, no total de R$ 4,9 bilhões.
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