São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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TELEFONIA

Venda para operadoras não pode ocorrer nem após 2003, diz Anatel

Teles não podem comprar Embratel

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As operadoras de telefonia Brasil Telecom, Telemar e Telefônica não podem comprar a Embratel. A proibição vale mesmo após julho de 2003, quando termina o prazo legal que impede mudanças no grupo de controle das concessionárias -empresas que participaram do leilão da Telebrás, em julho de 1998.
De acordo com Luiz Guilherme Schymura, presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a proibição para essas empresas comprarem a Embratel é considerada um "dogma" dentro da agência reguladora.
Ou seja, a Embratel teria de ser comprada por um novo investidor. "A venda para as [operadoras" fixas seria vetada pelo conselho diretor da agência se a decisão tivesse de ser tomada hoje", disse.
Pela lei, após julho de 2003, cabe à Anatel decidir se pode haver mudança de controle entre as concessionárias (Brasil Telecom, Telefônica, Telemar e Embratel). Antes desse prazo, a lei impede as mudanças.
Para o presidente da Anatel, a situação da Embratel é melhor do que se comenta no mercado. "A Embratel não está apresentando essa situação tão apavorante que tem sido descrita."
Segundo Schymura, a parte operacional da empresa está intacta. Ele avalia que o problema não são as dívidas, e sim o financiamento. "Qualquer empresa que não tem uma linha de financiamento para seus investimentos passa dificuldade."
A posição da Anatel contraria o que querem as operadoras Brasil Telecom, Telemar e Telefônica. Elas pretendem transformar a Embratel em uma mera empresa de intermediação de serviços, repartindo entre si os negócios da operadora.
Essas operadoras têm usado como argumento estudo da consultoria inglesa Spectrum, coordenado por Roberto Mangabeira Unger. De acordo com o estudo, "a venda [da Embratel" reduziria a concorrência e evitaria uma guerra de preços", afirma o estudo.
De acordo com o estudo, a Embratel não conseguirá sobreviver com seu atual modelo de atuação empresarial. Teria de renegociar 75% de sua dívida de R$ 4,4 bilhões em 2003 e sua fatia no mercado de ligações de longa distância cairia de 80% para 25% em dois anos, por causa da concorrência com as operadoras locais.
Pelo estudo, os negócios de telefonia de longa distância da Embratel valeriam R$ 2,7 bilhões, e os do mercado empresarial, R$ 2,2 bilhões, no total de R$ 4,9 bilhões.


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