São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Moeda fecha a R$ 3,805 e pressão deve continuar hoje, devido ao vencimento de dívida cambial

Dólar sobe 0,53% e volta à casa de R$ 3,80

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar voltou a fechar na casa de R$ 3,80 ontem, o que não ocorria há um mês e meio. A moeda norte-americana teve valorização de 0,53%, vendida a R$ 3,805. O Banco Central vendeu dólares no mercado à vista, para deter a alta da cotação.
O dólar continua pressionado pela forte concentração de vencimentos de dívida do setor privado neste mês. São cerca de US$ 2 bilhões, de acordo com os dados que circulam no mercado.
As empresas precisam comprar dólares para honrar esses vencimentos, que não serão renovados.
Além disso, amanhã há o vencimento de US$ 1,8 bilhão em dívida do governo atrelada ao câmbio. Na segunda-feira, o BC iniciou a tentativa de rolagem do débito e conseguiu renovar cerca de 47% do total. Fez sua segunda tentativa ontem e encerrou o dia com 66% do vencimento total renovado. Em suas operações de ontem, pagou taxas que variaram entre 30%, nos contratos de prazo mais longo, e 36%, para os de prazo mais reduzido.
Hoje o mercado cambial deverá viver mais um dia de pressão, especialmente pela manhã. Os investidores deverão forçar a alta da moeda na tentativa de influenciar a formação do Ptax (preço médio do dólar, medido diariamente pelo BC), que irá balizar a liquidação dos contratos não renovados, amanhã. Quanto mais alto o valor do dólar, maior será o ganho de quem detém o papel no momento do resgate.
Pelo segundo dia consecutivo, o risco-país fechou perto da estabilidade. O indicador do JP Morgan caiu 0,1%, para 1.645 pontos.
A variação também foi pequena no principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,07%. O volume financeiro continua pequeno -o giro ficou em R$ 384,013 milhões.
Segundo analistas, há pouca quantidade de operações concretizadas nos mercados futuro e à vista, uma vez que o momento é de incerteza. Mais até do que o nome do novo presidente do BC, o mercado deseja saber que características terá a nova administração e qual será seu grau de autonomia daqui por diante.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros continuaram subindo. Os contratos para abril do ano que vem, os mais negociados, fecharam a 27,12%, contra 27,04%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


Texto Anterior: Troca de guarda: Presidente da Fiat renuncia enquanto empresa enfrenta prejuízos e greves
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.