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MERCADO FINANCEIRO
Moeda fecha a R$ 3,805 e pressão deve continuar hoje, devido ao vencimento de dívida cambial
Dólar sobe 0,53% e volta à casa de R$ 3,80
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar voltou a fechar na casa
de R$ 3,80 ontem, o que não ocorria há um mês e meio. A moeda
norte-americana teve valorização
de 0,53%, vendida a R$ 3,805. O
Banco Central vendeu dólares no
mercado à vista, para deter a alta
da cotação.
O dólar continua pressionado
pela forte concentração de vencimentos de dívida do setor privado neste mês. São cerca de US$ 2
bilhões, de acordo com os dados
que circulam no mercado.
As empresas precisam comprar
dólares para honrar esses vencimentos, que não serão renovados.
Além disso, amanhã há o vencimento de US$ 1,8 bilhão em dívida do governo atrelada ao câmbio. Na segunda-feira, o BC iniciou a tentativa de rolagem do débito e conseguiu renovar cerca de
47% do total. Fez sua segunda
tentativa ontem e encerrou o dia
com 66% do vencimento total renovado. Em suas operações de
ontem, pagou taxas que variaram
entre 30%, nos contratos de prazo
mais longo, e 36%, para os de prazo mais reduzido.
Hoje o mercado cambial deverá
viver mais um dia de pressão, especialmente pela manhã. Os investidores deverão forçar a alta da
moeda na tentativa de influenciar
a formação do Ptax (preço médio
do dólar, medido diariamente pelo BC), que irá balizar a liquidação
dos contratos não renovados,
amanhã. Quanto mais alto o valor
do dólar, maior será o ganho de
quem detém o papel no momento
do resgate.
Pelo segundo dia consecutivo, o
risco-país fechou perto da estabilidade. O indicador do JP Morgan
caiu 0,1%, para 1.645 pontos.
A variação também foi pequena
no principal índice da Bolsa de
Valores de São Paulo. O Ibovespa
encerrou o dia em queda de
0,07%. O volume financeiro continua pequeno -o giro ficou em
R$ 384,013 milhões.
Segundo analistas, há pouca
quantidade de operações concretizadas nos mercados futuro e à
vista, uma vez que o momento é
de incerteza. Mais até do que o
nome do novo presidente do BC,
o mercado deseja saber que características terá a nova administração e qual será seu grau de autonomia daqui por diante.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros continuaram subindo. Os
contratos para abril do ano que
vem, os mais negociados, fecharam a 27,12%, contra 27,04%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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