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INTEGRAÇÃO
Linha de crédito no total de US$ 1 bi ainda depende de garantias; Paraguai, Argentina e Bolívia também terão financiamento
BNDES libera 22% de recursos à Venezuela
PEDRO SOARES
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) tem uma linha de crédito
de US$ 1 bilhão para financiamentos à Venezuela, mas até agora desembolsou só US$ 219 milhões em empréstimos (21,9%).
Somente três projetos foram
contemplados com recursos do
banco estatal brasileiro: a ampliação da linha 3 do metrô de Caracas (US$ 78 milhões), a usina hidrelétrica de La Vultosa (US$ 121
milhões) e a compra de 22 colheitadeiras produzidas no Brasil
(US$ 19,9 milhões).
O restante da linha ainda não foi
liberado porque o governo da Venezuela só apresentou garantias
para US$ 220 milhões. O mecanismo utilizado foi o CCR (Convênio
de Crédito Recíproco), pelo qual o
Banco Central venezuelano assegura o pagamento ao BNDES em
caso de inadimplência do tomador do empréstimo -no caso, a
própria República da Venezuela.
O CCR é um modelo já testado
na América do Sul para evitar o
risco de crédito em operações de
comércio exterior.
De acordo com o presidente do
BNDES, Guido Mantega, o objetivo da linha é fomentar as exportações brasileiras, financiando a
compra de bens e serviços produzidos no Brasil. "São operações
muito bem-vindas e muito positivas para o país. A balança comercial se beneficia com isso", disse.
Para executar as obras, o governo venezuelano contratou duas
empresas brasileiras -a Odebrecht fará o metrô e a Alstom do
Brasil, a usina-, que importarão
os equipamentos do Brasil.
Amanhã o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita a Venezuela. Mantega, que estará na comitiva, disse que Lula anunciará a
criação de um fundo capitalizado
pelo BNDES e pelo governo venezuelano, "que facilitará financiamentos" ao país vizinho.
Com capital total de US$ 1 bilhão, o fundo será constituído
"meio a meio" entre o governo da
Venezuela e o BNDES, segundo
Mantega. Ele não deu detalhes de
como ele será operado.
A Venezuela não é o único país
da América do Sul a contar com o
apoio do BNDES. O banco já
aprovou um empréstimo de US$
77 milhões para financiar a expansão de uma rodovia no Paraguai. Do mesmo modo que na Venezuela, o tomador do empréstimo é o governo do Paraguai, que
apresentou as garantias ao financiamento por meio de CCR.
O banco tem disponível ainda
R$ 1 bilhão para financiar projetos a serem desenvolvidos na Argentina, mas até agora não houve
nenhuma liberação. Existem ainda outros R$ 600 milhões no caixa
do banco cujo destino são empreendimentos na Bolívia.
Mais dois projetos na América
do Sul estão em fase de contratação e terão recursos do BNDES:
um gasoduto no Peru e uma hidrelétrica no Equador. Como os
contratos não foram assinados, o
BNDES não informou valores.
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