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TANGO DA DÍVIDA
Adesão à troca está em 37%, diz Lavagna
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
A adesão à oferta de troca da dívida pública argentina está em
37,3%, a duas semanas do fim da
operação, conforme anunciou o
ministro da Economia do país vizinho, Roberto Lavagna.
Índices contraditórios sobre a
aceitação da proposta haviam sido divulgados nesta semana. Na
segunda, Lavagna afirmou que a
adesão à troca estava "em torno
de 35%".
No dia seguinte, o Bank of New
York, contratado como agente de
câmbio pela Argentina, informou
que a adesão era de 42%.
O Ministério da Economia vizinho atribuiu o desencontro dos
números ao uso de "diferentes
metodologias" de cálculo. Enquanto a Argentina se baseia no
valor real dos bônus, o Bank of
New York estaria usando o valor
nominal.
Lavagna disse que "aproximadamente 50%" da adesão é de credores com até US$ 50 mil (R$ 130
mil). Para esse perfil de investidor
foi desenhado o bônus par -sem
desconto de capital, mas com prazo de pagamento de 35 anos.
As emissões de bônus par atingiram US$ 10,7 bilhões (R$ 27,9
bilhões). A composição da dívida
nova tem 50% de bônus em moeda local (pesos), 30,5% em dólar,
17,9% em euro e 0,8% em iene.
O mercado argentino demonstra otimismo com o resultado da
reestruturação dos US$ 81,8 bilhões (cerca de R$ 213,6 bilhões)
da dívida com credores privados,
em moratória desde dezembro de
2001.
A Bolsa de Buenos Aires bate recordes de volume de negócios e
opera em alta do índice Merval (a
sétima consecutiva, ontem) desde
que o presidente da Argentina,
Néstor Kirchner, encaminhou ao
Congresso projeto de lei que impede a reabertura da troca. O encerramento da oferta de troca da
dívida está previsto para o dia 25
de fevereiro.
O projeto de Kirchner, que caracteriza a atual proposta como
"definitiva" e descarta vantagens
posteriores aos credores que não
aderirem à troca, foi aprovado na
noite de quarta pelo Congresso
argentino.
O investidor Hans Humes, copresidente do Comitê Global de
Detentores de Títulos Argentinos
(GCAB, sigla em inglês), reagiu
anteontem à aprovação da lei,
afirmando que a entidade tomará
"medidas legais" para derrubá-la
na próxima semana.
A direção do Comitê Global
afirma representar detentores de
US$ 39 bilhões (R$ 101 bilhões) de
títulos da dívida argentina.
A entidade se manifestou contra a oferta do país vizinho, que
classificou de "mesquinha", e fez
campanha nos principais mercados do mundo, pedindo aos credores que rejeitassem a proposta de reestruturação da dívida.
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