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CIMENTO
Camargo eleva para 28,7% sua participação na Cimpor
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Camargo Corrêa comprou no início da noite de ontem mais 6,5% da cimenteira
portuguesa Cimpor, elevando sua participação para
28,7%. A empresa já havia se
tornado o maior acionista individual ao adquirir, na quarta-feira, a participação do
grupo Teixeira Duarte.
A construtora pagou
6,50 por ação da Bipadosa.
Até segunda-feira, a empresa
tem chance de adquirir mais
2,8% da Cimpor. Esse é o
prazo para que familiares de
Teixeira Duarte detentores
de ações decidam se querem
ou não vendê-las para a Camargo. Se todos concordarem em vender, o negócio total custará 1,315 bilhão.
A entrada da Camargo na
sociedade alterou completamente a disputa pela Cimpor, que envolve também
Votorantim e CSN.
A CSN, que fez uma oferta
pública de aquisição do controle, tem até hoje para melhorar a oferta. Os acionistas
têm até o dia 17 para decidir
se aceitam ou não.
A intenção da Camargo é
adquirir até o limite de 33%
das ações, disse à Folha o
presidente do Conselho de
Administração, Vitor Hallack. Com mais de 33% ela é
obrigada a fazer uma oferta
pública de aquisição. "O objetivo agora é concentrar na
empresa para que possamos
ter harmonia e alinhamento
entre os sócios."
Segundo Hallack, a Camargo não levará adiante a
proposta de fusão com a
Cimpor, seu desejo inicial.
"A fusão não está mais na
mesa. Isso não quer dizer
que os méritos da proposta
não estejam lá. Mas não cabe
mais discutir isso hoje."
Ele admite que a entrada
da Votorantim na Cimpor
"não estava nos planos".
"Não queríamos ter a Votorantim lá. Perdemos a Lafarge para eles." Questionado se
a coexistência de dois concorrentes na sociedade não
poderia gerar problemas para a companhia, ele respondeu: "Posso dizer que sabemos atuar em sociedade.
Quando todos querem gerar
valor para a empresa, o alinhamento vem".
A investida da Camargo
nos últimos dias surpreendeu o mercado por dois motivos. Desde que perdera a
disputa com a Votorantim
pela participação da francesa
Lafarge (17,3%) na Cimpor,
na semana passada, muitos
achavam que a construtora
estava fora do jogo.
E ninguém acreditava que
Teixeira Duarte, então
maior acionista individual,
venderia sua parte. "Nem
nós acreditávamos, e por isso não os procuramos", conta Hallack. "Estávamos conversando com o Teixeira
Duarte dizendo que lamentávamos ter perdido a Lafarge quando ele perguntou por
que não fizemos uma oferta
para ele; 12 horas depois o
negócio estava fechado."
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