São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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CIMENTO

Camargo eleva para 28,7% sua participação na Cimpor

MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Camargo Corrêa comprou no início da noite de ontem mais 6,5% da cimenteira portuguesa Cimpor, elevando sua participação para 28,7%. A empresa já havia se tornado o maior acionista individual ao adquirir, na quarta-feira, a participação do grupo Teixeira Duarte.
A construtora pagou 6,50 por ação da Bipadosa. Até segunda-feira, a empresa tem chance de adquirir mais 2,8% da Cimpor. Esse é o prazo para que familiares de Teixeira Duarte detentores de ações decidam se querem ou não vendê-las para a Camargo. Se todos concordarem em vender, o negócio total custará 1,315 bilhão.
A entrada da Camargo na sociedade alterou completamente a disputa pela Cimpor, que envolve também Votorantim e CSN.
A CSN, que fez uma oferta pública de aquisição do controle, tem até hoje para melhorar a oferta. Os acionistas têm até o dia 17 para decidir se aceitam ou não.
A intenção da Camargo é adquirir até o limite de 33% das ações, disse à Folha o presidente do Conselho de Administração, Vitor Hallack. Com mais de 33% ela é obrigada a fazer uma oferta pública de aquisição. "O objetivo agora é concentrar na empresa para que possamos ter harmonia e alinhamento entre os sócios."
Segundo Hallack, a Camargo não levará adiante a proposta de fusão com a Cimpor, seu desejo inicial. "A fusão não está mais na mesa. Isso não quer dizer que os méritos da proposta não estejam lá. Mas não cabe mais discutir isso hoje."
Ele admite que a entrada da Votorantim na Cimpor "não estava nos planos". "Não queríamos ter a Votorantim lá. Perdemos a Lafarge para eles." Questionado se a coexistência de dois concorrentes na sociedade não poderia gerar problemas para a companhia, ele respondeu: "Posso dizer que sabemos atuar em sociedade. Quando todos querem gerar valor para a empresa, o alinhamento vem".
A investida da Camargo nos últimos dias surpreendeu o mercado por dois motivos. Desde que perdera a disputa com a Votorantim pela participação da francesa Lafarge (17,3%) na Cimpor, na semana passada, muitos achavam que a construtora estava fora do jogo.
E ninguém acreditava que Teixeira Duarte, então maior acionista individual, venderia sua parte. "Nem nós acreditávamos, e por isso não os procuramos", conta Hallack. "Estávamos conversando com o Teixeira Duarte dizendo que lamentávamos ter perdido a Lafarge quando ele perguntou por que não fizemos uma oferta para ele; 12 horas depois o negócio estava fechado."


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