São Paulo, quinta, 12 de fevereiro de 1998

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CRISE ASIÁTICA
Governo indonésio confirma a criação de câmbio fixo para estabilizar moeda
Complô ataca rupia, diz presidente

das agências internacionais

O presidente Suharto, da Indonésia, disse ontem que a queda da moeda local, a rupia, era resultado de "um complô deliberado para destruir a economia" do país.
Suharto afirmou que o objetivo do complô é fazer a rupia chegar à cotação de 20 mil unidades por dólar. Desde o começo da crise asiática, em julho do ano passado, a rupia já perdeu mais de 70% do seu valor.
O ministro das Finanças, Mar'ie Muhamad, confirmou ontem ao Parlamento a adoção de um câmbio fixo com o objetivo de estabilizar a moeda. Ele não informou, porém, quando o novo câmbio começará a ser adotado no país.
Especula-se no mercado financeiro indonésio que a moeda seria fixada a uma paridade entre 5.000 e 6.000 unidades por dólar a partir da próxima semana.
De acordo com analistas, a fragilidade do setor bancário e a falta de reservas cambiais devem prejudicar o estabelecimento de um câmbio fixo.
Ontem, indonésios que faziam uma manifestação contra a alta dos preços no centro de Jacarta, a capital do país, foram detidos pela polícia.
Coréia
Uma corte sul-coreana determinou ontem que o Boram Bank suspendesse temporariamente um pagamento de cerca de US$ 180 milhões ao banco norte-americano J.P. Morgan.
O pedido de suspensão do pagamento foi feito na segunda-feira pela corretora sul-coreana S.K. Securities.
O J.P. Morgan havia feito um contrato de swap com o Boram Bank em fevereiro do ano passado. O contrato venceria hoje.
Com o contrato, o banco sul-coreano pretendia se proteger de contrato similar fechado com um grupo de três empresas que inclui a S.K. Securities.
Contratos como o firmado entre o Boram Bank e o J.P. Morgan não receberam garantias do governo sul-coreano em acordo fechado recentemente com credores internacionais.
China
Os investimentos na China em 97 cresceram 9% e chegaram a US$ 316 bilhões, o que representa queda em relação ao ano anterior. Em 96, os investimentos haviam aumentado 14,8%, segundo dados oficiais.
O fluxo de capitais teve aumento de 14,5% no setor da construção civil, de 40% no da agricultura, de 21,7% no de energia e de 34,8% no de transportes, correios e telecomunicações. Não foram divulgados dados sobre investimentos no setor industrial.



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