São Paulo, quinta, 12 de fevereiro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Mercado futuro projeta juros anuais de 30%

da Reportagem Local

Boatos sobre uma possível antecipação da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) contribuíram ontem para uma forte queda nas projeções de juros no mercado futuro.
Os contratos com vencimento em maio projetavam taxas anuais de 30,25% e os com vencimento em junho, 28,67%.
Na versão do mercado, a reunião do Copom, que define as taxas de juros e que está marcada para acontecer em março, seria antecipada caso os congressistas aprovassem a reforma da Previdência sem muitas alterações.
Os boatos acabaram forçando o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, a desmentir publicamente, no final da tarde, qualquer possibilidade de uma antecipação do encontro do Copom.
Puxado por boatos ou não, o fato é que o recuo dos juros futuros para a casa dos 30% ao ano mostra um forte otimismo do mercado em relação à taxa que o Copom irá determinar em março.
Para alguns analistas, essas projeções estão demasiadamente otimistas, já que pressupõem uma redução de mais de quatro pontos percentuais na TBC (a taxa básica de juros), hoje em 34,5%.
Vale lembrar que a última redução da TBC, em janeiro, de três pontos e meio, surpreendeu o mercado, que esperava uma queda menor da taxa.
Mas é preciso lembrar também que janeiro ainda foi um mês de pequenos surtos de instabilidade na Ásia e muita incerteza no mercado internacional. Fevereiro, pelo contrário, tem sido rico em boas notícias, tanto internas quanto externas.
Bolsas
A Bovespa, por exemplo, fechou ontem com alta de 2,01% impulsionada pela aprovação no Senado da reforma administrativa, no dia anterior, e pela perspectiva de aprovação da reforma da Previdência, votada à noite na Câmara dos Deputados, depois do fechamento do mercado.
São pontos que ajudam a compor o clima de otimismo, junto com o aumento do fluxo financeiro e a leve recomposição das reservas em dólares do país.
A proximidade do vencimento de opções, que acontece na semana que vem, também ajudou a puxar para cima o índice da Bolsa de São Paulo.
(SÉRGIO LÍRIO)


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