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Mercado não vê juro alto em fevereiro
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O mercado financeiro já não
acredita que o governo possa aumentar os juros em fevereiro.
A expectativa de que isso acontecesse esteve muito forte no início
do mês, mas agora está praticamente descartada. Para os próximos meses, entretanto, a incerteza
continua.
O temor de que o governo puxasse ainda mais os juros para conter a
pressão inflacionária fez a projeção de taxa para este mês chegar a
52% no mercado futuro no último
dia 1º.
Ontem, no entanto, esse mesmo
contrato completava seu sexto dia
de queda e apontava taxa de 40,1%
para o mês. Quase no nível em que
o governo tem mantido a taxa over
-mercado de juros de um dia-,
que está em 39%.
A expectativa de manutenção
dos juros até o fim de fevereiro se
refletiu também no leilão de títulos
do governo, que saiu a uma taxa
inferior ao over.
O Banco Central vendeu um lote
de 500 mil papéis do tipo BBC-A a
uma taxa média prefixada de
38,47%. Esses papéis são conhecidos como "híbridos", porque pagam uma taxa prefixada na primeira semana e depois, até o vencimento, são corrigidos pelo over.
Os papéis vendidos ontem têm
vencimento em 3 de dezembro
deste ano.
O fato de terem saído abaixo da
taxa over não quer dizer que o
mercado espere uma queda dos juros. Foi uma consequência do fato
de o lote ser pequeno e a demanda,
elevada.
A possibilidade de alta dos juros,
entretanto, não foi totalmente
afastada. A dúvida permanece e está espelhada nos demais contratos
futuros da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros).
As projeções estão bem inferiores ao nível em que estavam há
duas semanas, mas ainda embutem um prêmio, que funciona como uma margem de segurança e
sinaliza o medo do aumento.
As projeções para março ficaram
em 47,82% ontem, subindo bastante em relação aos 46,53% da
véspera.
Os contratos que projetam as taxas de abril subiram mais ainda, de
46,74% para 49,19%.
Está claro, segundo analistas do
mercado, que o governo, aconselhado pelo FMI (Fundo Monetário
Internacional), vai usar a taxa de
juro para manter a inflação sob
controle.
Mas o governo não tem deixado
transparecer qual será sua estratégia, se será necessário subir mais as
taxas e quando. Com isso, o mercado financeiro tem operado sob
grande incerteza.
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