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FERRO-VELHO
Siderúrgicas investem em trituração
Programa estimula
reciclagem de carro
LÁSZLÓ VARGA
da Reportagem Local
A renovação de frota significa
um tremendo filão para as siderúrgicas brasileiras. Como a
sucata é um insumo muito
mais barato que o minério de
ferro - o gasto com energia
elétrica na reciclagem cai para
um terço em relação à produção do aço novo -, grupos como a Belgo-Mineira, a Votorantim e a Gerdau têm prontas
plantas para deslanchar a trituração de carros.
A Belgo-Mineira e a Siderúrgica Barra Mansa, esta do grupo Votorantim, conseguiram
até firmar contratos com montadoras para receber veículos
velhos. A primeira acertou com
a Fiat e a GM e em dezembro
iniciou testes de desmonte e reciclagem em um terreno em
Juiz de Fora (MG). A meta é triturar 300 carros por dia. A Barra Mansa, por sua vez, estaria
de olho em um espaço em São
Paulo ou no Grande ABC.
Mas o maior grupo reciclador de aço do Brasil e da América Latina é a Gerdau. Dos 3,9
milhões de toneladas que produz anualmente no país, 70%
são provenientes do reaproveitamento de tudo o que é ferro-velho. Geladeiras, fogões, peças
de aço e carcaças de carros.
"Só não reciclamos ainda
carros completos porque existe
o custo da baixa no registro do
Detran e corremos o risco de
comprar um veículo roubado",
diz o diretor responsável das
usinas siderúrgicas da Gerdau,
Domingos Somma. O executivo cita ainda as despesas em
criar centros de despoluição
dos carros, a fim de retirar baterias, resíduos de óleos e espumas dos bancos.
É justamente aí que existe
uma divergência entre a Gerdau e as montadoras. Estas
pretendem cobrar cerca de
US$ 70 por tonelada de carro
entregue para a reciclagem.
Somma não se mostra muito
favorável. "O ideal seria não
pagarmos nada, pois haverá
despesas no desmonte."
De qualquer maneira, os planos da Gerdau são ambiciosos.
Pretende triturar até 4.000 carros por dia em oito unidades de
desmonte espalhadas pelo Brasil. As duas maiores são as de
Santo André, no Grande ABC,
e do Rio de Janeiro.
Com o programa de renovação de frota, a Gerdau quer elevar o atual patamar de processamento de 80 toneladas/hora
para 200 toneladas no local.
A Gerdau investiu nos últimos dez anos US$ 30 milhões
para a reciclagem de aço.
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