São Paulo, domingo, 12 de março de 2000


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FERRO-VELHO
Siderúrgicas investem em trituração
Programa estimula reciclagem de carro

LÁSZLÓ VARGA
da Reportagem Local

A renovação de frota significa um tremendo filão para as siderúrgicas brasileiras. Como a sucata é um insumo muito mais barato que o minério de ferro - o gasto com energia elétrica na reciclagem cai para um terço em relação à produção do aço novo -, grupos como a Belgo-Mineira, a Votorantim e a Gerdau têm prontas plantas para deslanchar a trituração de carros.
A Belgo-Mineira e a Siderúrgica Barra Mansa, esta do grupo Votorantim, conseguiram até firmar contratos com montadoras para receber veículos velhos. A primeira acertou com a Fiat e a GM e em dezembro iniciou testes de desmonte e reciclagem em um terreno em Juiz de Fora (MG). A meta é triturar 300 carros por dia. A Barra Mansa, por sua vez, estaria de olho em um espaço em São Paulo ou no Grande ABC.
Mas o maior grupo reciclador de aço do Brasil e da América Latina é a Gerdau. Dos 3,9 milhões de toneladas que produz anualmente no país, 70% são provenientes do reaproveitamento de tudo o que é ferro-velho. Geladeiras, fogões, peças de aço e carcaças de carros.
"Só não reciclamos ainda carros completos porque existe o custo da baixa no registro do Detran e corremos o risco de comprar um veículo roubado", diz o diretor responsável das usinas siderúrgicas da Gerdau, Domingos Somma. O executivo cita ainda as despesas em criar centros de despoluição dos carros, a fim de retirar baterias, resíduos de óleos e espumas dos bancos.
É justamente aí que existe uma divergência entre a Gerdau e as montadoras. Estas pretendem cobrar cerca de US$ 70 por tonelada de carro entregue para a reciclagem. Somma não se mostra muito favorável. "O ideal seria não pagarmos nada, pois haverá despesas no desmonte."
De qualquer maneira, os planos da Gerdau são ambiciosos. Pretende triturar até 4.000 carros por dia em oito unidades de desmonte espalhadas pelo Brasil. As duas maiores são as de Santo André, no Grande ABC, e do Rio de Janeiro.
Com o programa de renovação de frota, a Gerdau quer elevar o atual patamar de processamento de 80 toneladas/hora para 200 toneladas no local.
A Gerdau investiu nos últimos dez anos US$ 30 milhões para a reciclagem de aço.


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