São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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ESCÂNDALO NOS EUA

Empresa enfrenta fuga de clientes

Arthur Andersen se põe à venda para tentar apagar o caso Enron

DA REDAÇÃO

A empresa de auditoria norte-americana Arthur Andersen procura uma companhia rival interessada em comprá-la. Com a credibilidade abalada pelo colapso da Enron, a Andersen enfrenta uma fuga de clientes -mais de 30 a deixaram neste ano.
A auditoria estaria mantendo conversas reservadas com a francesa Deloitte Touche Tohmatsu, a segunda maior do mundo no setor. O resultado das negociações pode ser divulgado nesta semana.
A Andersen, que tem 85 mil funcionários em todo o mundo, era a encarregada de auditar as contas da companhia energética norte-americana Enron, que pediu concordata em dezembro passado. A auditoria está sendo investigada sob a acusação de ter sido conivente com práticas contábeis irregulares e de ter destruído arquivos da Enron.
Uma eventual fusão tornaria o mercado ainda mais concentrado. Ele é dominado por cinco empresas, as "Big Five" (Andersen, Deloitte, PricewaterhouseCoopers, Ernst & Young e KPMG).

Negócio difícil
Mas a compra da Andersen pela Deloitte dificilmente passaria pelo crivo das autoridades antitruste da União Européia (UE). Os norte-americanos, por outro lado, tendem a aprovar o negócio.
Em outras oportunidades, os reguladores da competitividade na UE demonstraram que não acham saudável novas fusões em um setor já bastante concentrado. "Aprovar uma fusão em um setor em que existem apenas cinco grandes grupos seria um decisão perigosa", afirmou ontem uma autoridade da Comissão Européia (o braço executivo da UE).
Em 1998, depois de uma investigação detalhada, Karel Van Miert, comissário para competição à época, aprovou a fusão da Pricewaterhouse com a Coopers & Lybrand. Mas isso só ocorreu porque falhou a união da KPMG com a Ernst & Young.
"Mantenho a opinião de que cinco é o mínimo necessário para garantir a competição", disse Van Miert ontem.
Mario Monti, o atual comissário, deve ter a mesma opinião em uma eventual investigação.


Com o "Financial Times"


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