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ESCÂNDALO NOS EUA
Empresa enfrenta fuga de clientes
Arthur Andersen se põe à venda para tentar apagar o caso Enron
DA REDAÇÃO
A empresa de auditoria norte-americana Arthur Andersen procura uma companhia rival interessada em comprá-la. Com a credibilidade abalada pelo colapso
da Enron, a Andersen enfrenta
uma fuga de clientes -mais de 30
a deixaram neste ano.
A auditoria estaria mantendo
conversas reservadas com a francesa Deloitte Touche Tohmatsu, a
segunda maior do mundo no setor. O resultado das negociações
pode ser divulgado nesta semana.
A Andersen, que tem 85 mil
funcionários em todo o mundo,
era a encarregada de auditar as
contas da companhia energética
norte-americana Enron, que pediu concordata em dezembro
passado. A auditoria está sendo
investigada sob a acusação de ter
sido conivente com práticas contábeis irregulares e de ter destruído arquivos da Enron.
Uma eventual fusão tornaria o
mercado ainda mais concentrado. Ele é dominado por cinco empresas, as "Big Five" (Andersen,
Deloitte, PricewaterhouseCoopers, Ernst & Young e KPMG).
Negócio difícil
Mas a compra da Andersen pela
Deloitte dificilmente passaria pelo crivo das autoridades antitruste
da União Européia (UE). Os norte-americanos, por outro lado,
tendem a aprovar o negócio.
Em outras oportunidades, os
reguladores da competitividade
na UE demonstraram que não
acham saudável novas fusões em
um setor já bastante concentrado.
"Aprovar uma fusão em um setor
em que existem apenas cinco
grandes grupos seria um decisão
perigosa", afirmou ontem uma
autoridade da Comissão Européia (o braço executivo da UE).
Em 1998, depois de uma investigação detalhada, Karel Van Miert,
comissário para competição à
época, aprovou a fusão da Pricewaterhouse com a Coopers &
Lybrand. Mas isso só ocorreu
porque falhou a união da KPMG
com a Ernst & Young.
"Mantenho a opinião de que
cinco é o mínimo necessário para
garantir a competição", disse Van
Miert ontem.
Mario Monti, o atual comissário, deve ter a mesma opinião em
uma eventual investigação.
Com o "Financial Times"
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