São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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Ajuda a bancos federais somou R$ 12,5 bilhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em junho do ano passado, o governo criou o Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais) para socorrer bancos federais em dificuldades. Embora tenha beneficiado também os bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia, a CEF foi a que mais precisava da ajuda do Tesouro.
Dos R$ 12,5 bilhões que a União injetou nos quatro bancos, R$ 9,35 bilhões foram para a CEF. A instituição precisava dos recursos para se enquadrar nas normas criadas pelo Banco Central no final de 1999. Pelas regras, os bancos são obrigados a manter um capital mínimo para cobrir suas operações de risco.
O BC exige que os bancos tenham patrimônio líquido equivalente a, pelo menos, 11% de seus ativos classificados como de risco. Para cumprir essa exigência, foram tomadas duas medidas gerais: uma foi aumentar o tamanho do patrimônio líquido. Isso foi feito por meio do aumento de capital -patrocinado pelo Tesouro- no valor de R$ 9,35 bilhões.
Além disso, a CEF transferiu para o governo federal parte de suas operações de risco. Esses créditos podres repassados à União somaram cerca de R$ 53,5 bilhões. O prejuízo dos cofres públicos, nesse caso, vai depender de quanto desses créditos o Tesouro vai conseguir receber.
Com esses dois passos, o governo conseguiu fazer com que a relação entre patrimônio líquido e operações de risco da CEF ficassem nos 11% exigidos pelo BC.
No caso do Banco do Brasil, porém, os resultados da reestruturação foram obtidos com maior velocidade. O lucro da instituição passou de R$ 304 milhões no primeiro semestre para R$ 778 milhões no segundo.
De acordo com o diretor de Finanças da CEF, Valdery Albuquerque, a instituição não obteve o mesmo resultado do Banco do Brasil em 2001 porque a reestruturação do BB teve início ainda em 1996, quando recebeu ajuda de R$ 8 bilhões do Tesouro. Naquele ano, a instituição teve prejuízo de R$ 7,5 bilhões.



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