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RECEITA ORTODOXA
Pedidos vão de juro menor e tabela do IR corrigida a mais emprego
Centrais vão às ruas contra política econômica de Lula
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Centrais sindicais, sindicatos e
entidades ligadas a movimentos
populares deram um ultimato ao
governo Lula e ameaçam paralisar fábricas, realizar manifestações e levar trabalhadores às ruas
em protesto contra a politica econômica e ao desemprego no país.
No ABC paulista, berço político
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, os metalúrgicos vão fazer
manifestações e mobilizações nas
fábricas da região para pedir correção da tabela de Imposto de
Renda e redução da taxa de juros.
"Não estamos cogitando atacar
o Palocci [ministro da Fazenda,
Antonio Palocci], mas é necessário que a política econômica traga
novos ingredientes, principalmente a retomada da queda de juros", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), José Lopez Feijóo.
O pedido para que o governo reduza os juros ocorrerá com as
manifestações pela correção da
tabela do Imposto de Renda da
pessoa física. A categoria deve fazer um protesto em frente à sede
da Receita Federal, em São Paulo,
onde serão entregues centenas de
cópias de contracheques de metalúrgicos ao governo. Painéis serão
montados para mostrar "o tamanho da mordida do leão", diz.
Para ajudar no combate ao desemprego, Feijóo diz que uma saída seria investir R$ 3 bilhões para
empregar 1 milhão de jovens e estudantes em serviços sociais.
"Eles poderiam estudar e investir
em formação durante 20 horas semanais e nas demais 20 horas trabalhar para a comunidade." A
idéia já foi levada ao governo.
Nas ruas
A Força Sindical entregou ontem carta a Lula em que pede um
novo modelo econômico para diminuir as desigualdades sociais.
O documento diz que o desemprego atingiu um "nível de calamidade pública" e ressalta que esse é um "exemplo de descontrole
na gestão das políticas públicas".
"Se o governo mantiver essa política econômica, que só traz recessão, desemprego e favorece os
banqueiros, está fadado ao fracasso", disse o presidente da Força,
Paulo Pereira da Silva, candidato
à Prefeitura de São Paulo.
A central marcou para o dia 24
protestos e paralisações que devem ocorrer em todas as capitais,
às 10h. "As principais metalúrgicas vão parar nesse dia. Os trabalhadores estão se sentido traídos.
O desemprego aumentou, a renda
está em queda e, quando o trabalhador consegue reajuste, ele vai
embora com o IR", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno Bezerra.
Na Grande São Paulo, diz, 50 mil
devem parar.
A Coordenação dos Movimentos Sociais -que inclui CNBB,
CUT, MST e UNE, além de movimentos populares- já está também preparando um conjunto de
mobilizações envolvendo desempregados. O calendário das manifestações será discutido no próximo dia 13, em São Paulo. Uma das
idéias é montar um acampamento com desempregados no centro.
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