|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTÍMULO
Pequenas e médias empresas terão linha de financiamento de R$ 2,5 bi; governo quer criar "Embrapa da indústria"
BNDES vai financiar compra de máquinas
MARTA SALOMON
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem definir quanto custará a
nova política industrial, o governo lançou ontem a idéia de criar
uma empresa estatal ou agência
para coordenar a escolha de projetos que terão incentivos ou créditos subsidiados.
"Essa idéia de criar uma espécie
de Embrapa [Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária] para a
política industrial é uma coisa excepcional", discursou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da apresentação aos membros
do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social.
Por ora, a criação do órgão é
apenas uma idéia para tentar garantir que a política industrial, assim que for definida, sairá do papel. Por definição, política industrial significa apoio do Estado a
determinados setores previamente escolhidos da economia. A intenção do governo Lula com isso é
aumentar as exportações e estimular a inovação tecnológica.
Na apresentação de ontem, a
medida com impacto mais imediato foi o lançamento do Modermaq, programa de financiamento
para a compra de máquinas por
pequenas e médias empresas. O
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) destinará R$ 2,5 bilhões ao
programa. Os empresários terão
prazo de carência de até três meses e 60 meses para pagar. A taxa
de juros será de 14,95% ao ano.
Delben Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira das
Indústrias de Máquinas e Equipamentos), calcula que o programa
poderá criar até 350 mil novos
empregos no país.
O Modermaq se soma à redução
do Imposto sobre Produtos Industrializados para a compra de
máquinas e equipamentos e ao
Modercarga (financiamento para
a compra de caminhões) no conjunto de medidas pontuais adotadas pelo governo. Objeto de mais
de um ano de discussão em vários
ministérios, sobretudo na Fazenda e no Desenvolvimento, a política industrial escolheu como estratégicos os setores de microcomponentes, softwares, bens de
capital e fármacos e medicamentos genéricos.
Na abertura do encontro, Lula
anunciou também a criação da
"sala de situação", uma estrutura
do governo, sob a coordenação
do vice José Alencar, destinada a
receber e analisar propostas de investimentos estrangeiros. Seria
uma espécie de porta única de recepção dos investidores. "Queremos demonstrar que quem tem
pressa de receber os investimentos somos nós", disse.
Texto Anterior: Mercado financeiro: Bovespa já perdeu mais de 9% na semana Próximo Texto: Para empresários, juro do programa é alto Índice
|