São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTÍMULO

Pequenas e médias empresas terão linha de financiamento de R$ 2,5 bi; governo quer criar "Embrapa da indústria"

BNDES vai financiar compra de máquinas

MARTA SALOMON
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem definir quanto custará a nova política industrial, o governo lançou ontem a idéia de criar uma empresa estatal ou agência para coordenar a escolha de projetos que terão incentivos ou créditos subsidiados.
"Essa idéia de criar uma espécie de Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] para a política industrial é uma coisa excepcional", discursou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da apresentação aos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Por ora, a criação do órgão é apenas uma idéia para tentar garantir que a política industrial, assim que for definida, sairá do papel. Por definição, política industrial significa apoio do Estado a determinados setores previamente escolhidos da economia. A intenção do governo Lula com isso é aumentar as exportações e estimular a inovação tecnológica.
Na apresentação de ontem, a medida com impacto mais imediato foi o lançamento do Modermaq, programa de financiamento para a compra de máquinas por pequenas e médias empresas. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) destinará R$ 2,5 bilhões ao programa. Os empresários terão prazo de carência de até três meses e 60 meses para pagar. A taxa de juros será de 14,95% ao ano.
Delben Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos), calcula que o programa poderá criar até 350 mil novos empregos no país.
O Modermaq se soma à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para a compra de máquinas e equipamentos e ao Modercarga (financiamento para a compra de caminhões) no conjunto de medidas pontuais adotadas pelo governo. Objeto de mais de um ano de discussão em vários ministérios, sobretudo na Fazenda e no Desenvolvimento, a política industrial escolheu como estratégicos os setores de microcomponentes, softwares, bens de capital e fármacos e medicamentos genéricos.
Na abertura do encontro, Lula anunciou também a criação da "sala de situação", uma estrutura do governo, sob a coordenação do vice José Alencar, destinada a receber e analisar propostas de investimentos estrangeiros. Seria uma espécie de porta única de recepção dos investidores. "Queremos demonstrar que quem tem pressa de receber os investimentos somos nós", disse.


Texto Anterior: Mercado financeiro: Bovespa já perdeu mais de 9% na semana
Próximo Texto: Para empresários, juro do programa é alto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.