São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

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ESTÍMULO

Presidente da Fiesp critica taxa do Modermaq, e vice do Santander reclama de prazo de carência para empréstimo

Para empresários, juro do programa é alto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Empresários que assistiram ao anúncio de ontem das novas medidas de política industrial criticaram o desenho do Modermaq, programa para financiar a compra de máquinas e equipamentos.
O vice-presidente do Santander Miguel Jorge e o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, reclamaram das taxas de juros cobradas no Modermaq, de 14,95% ao ano. "A taxa parece um pouco alta", disse Piva.
Na opinião de Jorge, "[o programa] poderia ter sido um pouco mais arrojado". Ele também reclamou do prazo de carência de três meses para o empréstimo. Segundo ele, o Moderfrota, que financia a compra de máquinas agrícolas, é mais generoso. Nesse caso, a taxa de juros é de 9,75% ou 12,75% ao ano.
As críticas, no entanto, não se limitaram a questões pontuais. "Acho que são sinais de boa intenção, mas já estamos com um ano e três meses de governo. É hora de uma ação mais efetiva", disse o presidente para a América Latina da Alcoa, Josmar Verillo.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, disse que a política macroeconômica do governo, às vezes, prejudica a política industrial.
Ele citou como exemplo a decisão de criar um novo sistema de cobrança da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), cuja alíquota aumentou de 3% para 7,6%, e a redução da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de bens de capital.
"A mudança na Cofins mais que anulou os benefícios da redução do IPI para máquinas."

Palocci ausente
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, foi a principal ausência na divulgação das medidas de política industrial.
Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, Palocci decidiu não comparecer ao evento porque avalia que a política industrial seja mais uma atribuição do ministério do seu colega Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) do que da sua pasta. Palocci preferiu ficar no seu ministério e atender aos seus compromissos de agenda.
Questionado se a ausência de Palocci revelava alguma divergência em relação à política industrial, Furlan afirmou que tudo o que estava sendo divulgado havia sido discutido e acertado com o seu colega, com o qual havia se reunido no dia anterior.
"Ele [Palocci] está cansado de me ver nesta semana", brincou.


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