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ESTÍMULO
Presidente da Fiesp critica taxa do Modermaq, e vice do Santander reclama de prazo de carência para empréstimo
Para empresários, juro do programa é alto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Empresários que assistiram ao
anúncio de ontem das novas medidas de política industrial criticaram o desenho do Modermaq,
programa para financiar a compra de máquinas e equipamentos.
O vice-presidente do Santander
Miguel Jorge e o presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), Horacio
Lafer Piva, reclamaram das taxas
de juros cobradas no Modermaq,
de 14,95% ao ano. "A taxa parece
um pouco alta", disse Piva.
Na opinião de Jorge, "[o programa] poderia ter sido um pouco
mais arrojado". Ele também reclamou do prazo de carência de
três meses para o empréstimo. Segundo ele, o Moderfrota, que financia a compra de máquinas
agrícolas, é mais generoso. Nesse
caso, a taxa de juros é de 9,75% ou
12,75% ao ano.
As críticas, no entanto, não se limitaram a questões pontuais.
"Acho que são sinais de boa intenção, mas já estamos com um
ano e três meses de governo. É hora de uma ação mais efetiva", disse o presidente para a América
Latina da Alcoa, Josmar Verillo.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, disse que
a política macroeconômica do governo, às vezes, prejudica a política industrial.
Ele citou como exemplo a decisão de criar um novo sistema de
cobrança da Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), cuja alíquota aumentou de 3% para 7,6%, e a redução da alíquota de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
para a compra de bens de capital.
"A mudança na Cofins mais que
anulou os benefícios da redução
do IPI para máquinas."
Palocci ausente
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, foi a principal
ausência na divulgação das medidas de política industrial.
Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, Palocci decidiu não comparecer ao evento
porque avalia que a política industrial seja mais uma atribuição
do ministério do seu colega Luiz
Fernando Furlan (Desenvolvimento) do que da sua pasta. Palocci preferiu ficar no seu ministério e atender aos seus compromissos de agenda.
Questionado se a ausência de
Palocci revelava alguma divergência em relação à política industrial, Furlan afirmou que tudo
o que estava sendo divulgado havia sido discutido e acertado com
o seu colega, com o qual havia se
reunido no dia anterior.
"Ele [Palocci] está cansado de
me ver nesta semana", brincou.
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