São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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MERGULHO DA ÁGUIA

Saldo negativo de US$ 58,3 bi em janeiro foi impulsionado por alta nas compras de bens de consumo

EUA têm seu 2º maior déficit comercial

PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK

O déficit comercial dos Estados Unidos superou as previsões dos economistas de Wall Street e chegou a US$ 58,3 bilhões em janeiro, o segundo maior da história.
As exportações norte-americanas cresceram 0,4% e atingiram um recorde de US$ 100,8 bilhões, impulsionadas principalmente pela indústria automotiva. No entanto as importações aumentaram 1,9% e também registraram seu maior patamar histórico, com US$ 159,1 bilhões.
A maior responsável pelo aumento das importações foi a forte demanda por bens de consumo. As importações de bens de capital, como máquinas e equipamentos, também pesaram. Somaram US$ 30,7 bilhões, as maiores desde setembro de 2000.
O resultado negativo da balança de janeiro fica abaixo apenas do déficit de novembro do ano passado, quando os EUA importaram US$ 59,4 bilhões a mais do que exportaram.
A expectativa dos analistas para o primeiro mês de 2005 era que o déficit ficaria um pouco acima do de dezembro, que foi anunciado em US$ 56,4 bilhões, mas depois revisado para US$ 55,7 bilhões. O déficit de janeiro é 4,5% maior que o do mês anterior.
Os economistas esperavam um resultado melhor em janeiro em razão de o dólar já estar enfraquecido ante outras moedas, como o euro, e devido à queda nos preços do petróleo.
Com o anúncio do resultado ontem, o dólar caiu mais ainda em relação ao euro, que teve alta de 0,42%, fechando cotada a US$ 1,3482 em Nova York.

Sinal de força
O governo Bush avaliou de maneira positiva o resultado da balança comercial e afirmou que os números têm de ser analisados como um sinal da força da economia norte-americana. "Nós vemos esses números como uma afirmação de que estamos crescendo em torno de 2% mais rápido que nossos parceiros comerciais e de que precisamos que eles avancem para que possam crescer e comprar nossos produtos", declarou o porta-voz do Tesouro, Rob Nichols.
Os EUA registraram déficit com seus principais parceiros comerciais. O maior de todos foi com a China, de US$ 15,3 bilhões.
O impacto do déficit comercial foi contido em parte por declarações do presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, na quinta-feira à noite de que o déficit orçamentário do país é muito mais ameaçador para a evolução da economia do que o resultado comercial.


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