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MERGULHO DA ÁGUIA
Saldo negativo de US$ 58,3 bi em janeiro foi impulsionado por alta nas compras de bens de consumo
EUA têm seu 2º maior déficit comercial
PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK
O déficit comercial dos Estados
Unidos superou as previsões dos
economistas de Wall Street e chegou a US$ 58,3 bilhões em janeiro,
o segundo maior da história.
As exportações norte-americanas cresceram 0,4% e atingiram
um recorde de US$ 100,8 bilhões,
impulsionadas principalmente
pela indústria automotiva. No entanto as importações aumentaram 1,9% e também registraram
seu maior patamar histórico, com
US$ 159,1 bilhões.
A maior responsável pelo aumento das importações foi a forte
demanda por bens de consumo.
As importações de bens de capital, como máquinas e equipamentos, também pesaram. Somaram
US$ 30,7 bilhões, as maiores desde setembro de 2000.
O resultado negativo da balança
de janeiro fica abaixo apenas do
déficit de novembro do ano passado, quando os EUA importaram US$ 59,4 bilhões a mais do
que exportaram.
A expectativa dos analistas para
o primeiro mês de 2005 era que o
déficit ficaria um pouco acima do
de dezembro, que foi anunciado
em US$ 56,4 bilhões, mas depois
revisado para US$ 55,7 bilhões. O
déficit de janeiro é 4,5% maior
que o do mês anterior.
Os economistas esperavam um
resultado melhor em janeiro em
razão de o dólar já estar enfraquecido ante outras moedas, como o
euro, e devido à queda nos preços
do petróleo.
Com o anúncio do resultado
ontem, o dólar caiu mais ainda
em relação ao euro, que teve alta
de 0,42%, fechando cotada a US$
1,3482 em Nova York.
Sinal de força
O governo Bush avaliou de maneira positiva o resultado da balança comercial e afirmou que os
números têm de ser analisados
como um sinal da força da economia norte-americana. "Nós vemos esses números como uma
afirmação de que estamos crescendo em torno de 2% mais rápido que nossos parceiros comerciais e de que precisamos que eles
avancem para que possam crescer
e comprar nossos produtos", declarou o porta-voz do Tesouro,
Rob Nichols.
Os EUA registraram déficit com
seus principais parceiros comerciais. O maior de todos foi com a
China, de US$ 15,3 bilhões.
O impacto do déficit comercial
foi contido em parte por declarações do presidente do Fed (banco
central dos EUA), Alan Greenspan, na quinta-feira à noite de que
o déficit orçamentário do país é
muito mais ameaçador para a
evolução da economia do que o
resultado comercial.
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