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Balança do país não deve afetar juros no Brasil
DE NOVA YORK
Diretor de pesquisa de mercados emergentes do banco
norte-americano Goldman
Sachs, o economista Paulo Leme afirma que o déficit da balança comercial dos EUA não
vai afetar os juros no país nem
no Brasil, mas deve aumentar a
desvalorização do dólar em relação ao euro.
O resultado também deve,
nos próximos meses, valorizar
o real ante a moeda norte-americana.
O economista prevê que o
dólar chegue a R$ 2,65 nos próximos três meses e a R$ 2,80 até
o final do ano, se houver redução na taxa de juros brasileira.
Leia a seguir trechos da entrevista, concedida à Folha por telefone.
Folha - O déficit da balança comercial norte-americana pode
afetar os juros nos EUA e no Brasil?
Paulo Leme - Não. Assim como no Brasil, há sempre uma
confusão muito grande entre
política monetária, balanço de
pagamentos e juros e inflação.
Da mesma forma que no Brasil,
a política monetária está vinculada ao objetivo de preços, não
ao balanço de pagamentos.
Folha - E em relação ao dólar?
Leme - A única informação
que se pode auferir dessa cifra
desfavorável é que a necessidade de uma desvalorização adicional do dólar ainda continua
sendo expressiva, na casa de
1,40 em relação ao euro.
Folha - Qual será o impacto em
relação ao Brasil?
Leme - Não há conclusões a
respeito de aumento de juros
no Brasil por causa desse déficit, os juros vão continuar subindo muito mais por razões
preventivas de inflação. Mas o
que se pode dizer é que a pressão para o real continuar se valorizando vai seguir se mantendo ao longo do ano.
Folha - Então o real vai se valorizar?
Leme - A previsão é que ele se
recupere nos próximos três
meses, com US$ 1 a R$ 2,65.
Como também tem uma previsão de que o Banco Central poderia começar a reduzir taxa de
juros a partir do terceiro trimestre no Brasil, acho que fecha o ano mais para R$ 2,80.
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