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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
PIB da construção está errado, diz setor
Uma pequena rebelião sacudiu a construção civil ontem. O
setor não aceita a queda de
6,3% no PIB da construção civil, anunciada pelo IBGE.
"A metodologia do instituto
está errada. Nunca isso ficou
tão claro como agora", reagiu
Paulo Simões, presidente da
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A preocupação do setor é que
indicadores equivocados gerem efeitos negativos em decisões de investimento.
Ontem mesmo o conjunto da
construção civil brasileira
anunciou que pedirá a abertura
de uma discussão entre técnicos do IBGE, do governo e do
setor para a revisão da metodologia. "Queremos uma discussão com o IBGE. Se o equívoco
for nosso, assumimos. Mas tenho absoluta certeza de que estamos certos e queremos a revisão", disse Simões.
O problema, segundo o setor,
está nos indicadores usados para o cálculo. Na primeira versão
do índice, o IBGE considera a
evolução da produção de material de construção, que, de fato,
caiu em 2009. "A questão está
aí. O IBGE não considera o valor agregado gerado pela cadeia
da construção, que, no limite,
não é formada só pela produção
do material de construção."
Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes
de Material de Construção),
houve crédito e geração de emprego recorde. "Já sabíamos da
falha na metodologia, mas esse
dado anunciado ontem é um
equívoco enorme. A situação
agora ficou gritante", disse
Conz. A expectativa era de crescimento de 6% e não de queda.
O IBGE refutou a afirmação
de que utilize metodologia
equivocada. Segundo Cláudia
Dionísio, economista de contas
nacionais do instituto, o cálculo
considerou os dados de produção dos insumos utilizados na
construção e esse indicador demonstrou queda em 2009.
Os dados poderão, segundo
Dionísio, ser revisados no fim
de 2011 com a incorporação de
indicadores mais completos,
mas "não irão transformar números negativos em positivos".
EXPORTAÇÃO
A Aon Affinity, braço de seguros massificados da corretora
Aon Corp, deve desenvolver em breve um novo modelo de
atuação. A ideia é que a companhia deixe de agir como uma
corretora de seguros massificados e se torne uma consultoria estratégica para empresas que queiram vender produtos
para grandes públicos. O projeto, que tem a liderança de José Carlos Macedo, presidente da Aon Affinity para a América Latina, começa pelo Brasil e depois será espalhado pela
região. Em seguida, o trabalho poderá ser exportado para
Europa e Ásia, segundo Macedo.
INVESTIGAÇÃO 1
O Procon-SP investiga
quatro casos de supostos defeitos em veículos que poderiam justificar convocação
de recall compulsório, como
ocorreu com o Fiat Stilo. Algumas das apurações são
conduzidas com o Grupo de
Estudos Permanentes de
Acidentes de Consumo.
INVESTIGAÇÃO 2
Segundo o Procon-SP, os
órgãos de defesa do consumidor têm investigado tanto
as convocações feitas pelas
montadoras no exterior de
veículos também comercializados no Brasil como casos
em que diversos consumidores relataram o mesmo
problema num modelo.
TIJOLO COM TIJOLO
O varejo do setor de material de construção cresceu
4,9% em fevereiro ante janeiro, segundo levantamento da Anamaco (Associação
Nacional dos Comerciantes
de Material de Construção),
entidade que representa as
138 mil lojas de material de
construção no país.
RESULTADO
A CTEEP (Companhia de
Transmissão de Energia
Elétrica Paulista) divulga
hoje o fechamento do ano
fiscal de 2009 com estabilidade nas operações. O lucro
líquido foi de R$ 828 milhões. A receita operacional
bruta, de R$ 1,9 bilhão -alta
de 5,7% ante 2008.
Net encosta na Telefônica em reclamações
Depois de ultrapassar a
Telefônica em assinantes de
internet de banda larga, a
Net empatou com a operadora espanhola em número de
reclamações em São Paulo,
que concentra praticamente
metade do tráfego da internet no país.
Entre fevereiro de 2009 e
janeiro deste ano, a Net viu
praticamente dobrar o volume de queixas no Estado,
atingindo o pico de 578 mil.
No mesmo período, a Telefônica, sua concorrente direta,
teve queda de 71%, com 593
reclamações.
De acordo com os dados
enviados pelo Procon-SP ao
Ministério da Justiça, boa
parte das queixas contra a
Net se deve a interrupções
do Virtua, o serviço de acesso
à internet, e à redução das
velocidades de conexão.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
acompanha a evolução das
reclamações contra a Net. A
preocupação é que a operadora possa vir a ter problema
como o da Telefônica.
Em 2009, a companhia espanhola foi punida pela Anatel com a proibição de venda
do Speedy, cujas falhas sucessivas culminaram com
um apagão em São Paulo que
deixou 2,5 milhões de clientes sem internet.
Entre 22 de junho e 26 de
agosto, a Telefônica deixou
de vender o Speedy, sendo
obrigada a fazer investimentos na rede e comprovar sua
estabilidade para a Anatel.
Naquele período, a Net tomou cerca de 180 mil clientes da Telefônica em internet e ultrapassou a concorrente. Hoje, ela tem 2,9 milhões de assinantes, ante 2,6
milhões da Telefônica.
OTIMISMO CHINÊS
Cerca de 30 chineses da Wisco estão no Rio para elaborar projetos de viabililidade para a siderúrgica que será erguida em parceria com a MMX, do grupo EBX, de
Eike Batista. O estudo de viabilidade da usina que ficará
em São João da Barra, no norte fluminense, deverá ficar
pronto até o final deste mês. A expectativa dos executivos é que a siderúrgica comece a produzir aço em três
anos, prazo considerado por analistas como muito otimista. O custo da planta, que será a primeira siderúrgica
de companhia chinesa fora da China, é estimado em cerca de R$ 9 bilhões, segundo a empresa. A siderúrgica deverá produzir 5 milhões de toneladas ao ano. Hoje a produção do Brasil é de 34 milhões de toneladas.
ALÍVIO NA BOMBA
O preço do álcool combustível está em trajetória de desaceleração na cidade de São Paulo. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas), a queda do litro do combustível foi de 3,13% na primeira semana deste mês na comparação com igual período de fevereiro. No acumulado dos
últimos 30 dias, a retração nos preços praticados pelos
postos de combustíveis é de 0,96% -a primeira queda
neste ano, segundo o IPC. Esse recuo volta a colocar o álcool em vantagem sobre a gasolina.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VERENA FORNETTI, AGNALDO BRITO e JULIO WIZIACK
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