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Economia começa o ano em ritmo forte
Produção industrial cresceu 16% em janeiro; em fevereiro, consumo de energia e produção de carros tiveram também forte alta
Dinamismo da economia é sentido no uso da capacidade instalada das fábricas, que está agora no nível mais alto desde outubro de 2008
Edson Silva - 15.dez.09/Folha Imagem
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Fábrica de papel e celulose em Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto (SP); produção industrial deve crescer até 7% neste ano
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns setores da economia
começam 2010 em "ritmo chinês". Em janeiro, a produção
industrial cresceu 16% ante
igual período do ano passado.
E, em fevereiro, o consumo de
energia subiu 12,1%; a produção de carros, 23,9%, e o fluxo
de caminhões nas estradas,
11,9% ante igual mês de 2009.
É fato que a comparação é
com um período em que o país
estava sob forte influência da
crise mundial. Mas essas taxas
de crescimento são tão altas
que permitem aos economistas
prever forte expansão da economia para este ano.
O dinamismo da economia é
verificado ainda nas pesquisas
de confiança de empresários e
de consumidores, nas vendas
do comércio e no uso da capacidade instalada das fábricas, que
chegou a 84% em fevereiro deste ano, o nível mais alto desde
outubro de 2008.
É resultado, segundo economistas, da queda dos juros, da
expansão da oferta de crédito e
de prazos de financiamento para pessoas físicas e jurídicas.
Somam-se a isso a redução de
IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) para eletrodomésticos, carros, móveis e
material de construção. Este é
também ano de Copa do Mundo, quando cresce a demanda
por televisores, DVDs e aparelhos de som, e de eleições,
quando o governo gasta mais e,
com isso, aumenta a demanda
de setores da economia.
"O conjunto de medidas adotadas no ano passado permitiu
que a economia retomasse o
ritmo de atividade no segundo
semestre e entrasse em 2010
com velocidade forte de crescimento. A indústria cresce em
ritmo chinês, e a economia, em
boa medida, depende do dinamismo da indústria", afirma
Fábio Silveira, sócio-diretor da
RC Consultores.
O crescimento do PIB no
quarto trimestre de 2009 (de
2% ante o terceiro trimestre de
2009 e de 4,3% ante o quarto
trimestre de 2008) mostra, segundo Silveira, a recuperação
da economia, puxada pela indústria e pelo setor de serviços.
"Essa inércia vai ser transferida
para este primeiro trimestre."
Se não houver agravamento
da crise externa, o país reúne
hoje todas as condições para ter
bom desempenho econômico
neste ano, segundo economistas ouvidos pela Folha.
A produção industrial, segundo estimativa de economistas, deve crescer entre 6,5% e
7% neste ano, depois de cair
7,4% no ano passado. As vendas no comércio devem subir
8,5% neste ano (no ano passado cresceram 5,9%), e o PIB,
5%, após cair 0,2% em 2009.
O que deve puxar o crescimento da economia neste primeiro trimestre são, principalmente, a indústria, o setor de
serviços e o da construção civil.
"A construção civil terá crescimento expressivo não só neste ano mas nesta década. O que
justifica essa expansão são os
investimentos feitos na construção residencial e nas obras
de infraestrutura que estão
sendo e que serão executadas",
afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Outro setor que deve manter
resultado positivo neste primeiro trimestre é o comércio.
"O consumidor está mais confiante: o desemprego [está] em
queda, e a renda, em crescimento. A combinação desses
fatores deve estimular o comércio a crescer ainda mais
neste ano", afirma Altamiro
Carvalho, economista da Fecomercio SP.
Só em janeiro as vendas do
comércio varejista cresceram
10,4% ante igual mês do ano
passado, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE.
O maior destaque foi para a
venda de móveis e eletrodomésticos -cresceu 7,9% em janeiro, depois de ter recuado
entre novembro e dezembro.
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