São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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"Efeito China" atenuou crise em vários países

ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO

Com a maioria das grandes economias globais já tendo divulgado o seu resultado no ano passado, a constatação é que o efeito da crise no Brasil foi, apesar de expressivo, menor que o de boa parte dos seus pares e que o avanço da China acabou puxando também vários países.
Ainda que alguns países tenham conseguido crescer em 2009, a maior parte não conseguiu escapar da contração; alguns deles, como a Alemanha , com quedas históricas -no caso do país europeu, o recuo foi o maior desde o fim da Segunda Guerra. Nesse cenário, a queda brasileira foi até branda. Emergentes como Rússia e África do Sul caíram muito mais.
E muitos dos que conseguiram crescer devem parte do resultado à China, que, com seu consumo de matérias-primas e outros bens, serviu como uma espécie de "colchão" para outras economias. O próprio banco central da Austrália apontou o aquecimento da economia chinesa (a terceira maior do mundo) como um dos motivos para aumentar a taxa de juros.
Exportadora de matérias-primas como minério de ferro, a Austrália faz parte dos raros países que chegaram ao fim de 2009 maiores do que em 2008. A demanda chinesa também colaborou para o resultado positivo da vizinha Coreia do Sul e até mesmo do Peru, onde as importações do país asiático cresceram 25% no ano passado, enquanto as vendas gerais peruanas para o exterior caíram 5%.
A Índia, que também cresceu em 2009, tem um ano fiscal diferente (de abril a março) e, por isso, o resultado do seu PIB não pode ser comparado.

Quarto trimestre
O mesmo cenário que ocorreu em todo o ano passado também pode ser traçado para os últimos três meses de 2009. O avanço brasileiro, de 2%, foi maior que o das economias ricas, mas ficou atrás do de alguns emergentes, como Venezuela (alta de 6,6%), que vinha de um resultado muito ruim no terceiro trimestre, o que contribuiu para a expansão.
Outros países em desenvolvimento que tiveram crescimento maior que o brasileiro foram os asiáticos Taiwan, Hong Kong e Tailândia. Não por acaso, esses países, especialmente os dois primeiros, têm economias muito ligadas à chinesa.


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