São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EMPREGO
Governo vai antecipar liberação de verbas contra o desemprego que, normalmente, sairiam no 2º semestre
Emprego não terá recursos adicionais

da Sucursal de Brasília

O governo não pretende fazer gastos adicionais para combater o desemprego. Embora a taxa de janeiro calculada pelo IBGE tenha sido alta (7,25%), não haverá proposta emergencial que envolva acréscimo de recursos da União.
A intenção do governo é concentrar no primeiro semestre deste ano os gastos já previstos no Orçamento com programas de combate ao desemprego. Ou seja, a idéia é antecipar desembolsos que, normalmente, seriam feitos apenas no segundo semestre do ano.
Com isso, o governo pretende minorar a situação do desemprego no país nos primeiros meses do ano. A avaliação é que até abril, pelo menos, as taxas de desemprego continuarão elevadas.
A partir de maio, a equipe econômica acredita que a redução dos juros começará a surtir efeito, aumentando as vendas do comércio e, também, o ritmo da indústria.
Para agilizar a liberação de recursos, o governo pretende desburocratizar alguns programas que têm impacto na geração de vagas no mercado de trabalho.
Na reunião ministerial de amanhã, a intenção é identificar os problemas e facilitar o acesso de micro e pequenas empresas ao crédito.
Amanhã, o ministro Paulo Paiva (Trabalho) irá fazer um diagnóstico do mercado de trabalho e mostrar as ações do governo para estimular a criação de vagas.
Na terça-feira, os ministros se reuniram para apresentar os programas de cada área. Os dados serão consolidados e apresentados nessa reunião.
A intenção é criar um grupo com coordenação do Ministério do Trabalho para acompanhar o andamento desses projetos.
Paiva disse que o esforço é mobilizar todo o governo para priorizar programas de geração de emprego. "Vamos ver as ações de cada ministério individualmente e definir as áreas prioritárias. Queremos garantir que os programas sejam realizados", afirmou, após participar de uma conferência na Confederação Nacional da Indústria.
O Pró-emprego, por exemplo, tem previsão de investimentos de R$ 9 bilhões até o final de 98 em área de infra-estrutura, como transporte coletivo de massa, saneamento ambiental e turismo.
Dados do Ministério do Planejamento mostram que, desde a criação desse programa, em 96, apenas R$ 2,25 bilhões foram efetivamente liberados. Outros R$ 5,04 bilhões foram contratados e estão em fase de liberação.
Embora esteja preocupada com o aumento do desemprego, a equipe econômica acha que não há como adotar novas medidas que possam aumentar a oferta de empregos no curto prazo.
O governo avalia que essas medidas são apenas emergenciais. A melhor medida para reduzir o desemprego, segundo a equipe econômica, continua sendo o crescimento econômico, que deve ficar em no máximo 2% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
Como fatores a favor dessa tendência o governo aposta na queda dos juros e no início do SFI (Sistema Financeiro Imobiliário).



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.