São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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CRISE ASIÁTICA
Queda no crescimento econômico do país motivou rebaixamento das notas, diz a Standard & Poor's
Classificação para bancos chineses piora

das agências internacionais

Quatro das maiores instituições financeiras da China tiveram suas notas rebaixadas ontem pela agência de avaliação de risco de crédito Standard & Poor's. A diminuição das notas foi atribuída à queda do ritmo de crescimento do país.
O banco central da China, no entanto, desconsiderou a revisão das notas, anunciando que o mercado deveria fazer seu próprio julgamento da análise. A menos de um mês, a Moody's Investors Service, outra agência de avaliação de crédito, também havia revisado para baixo notas da China.
O Banco da China e o Banco Comercial e Industrial da China, dois dos maiores bancos estatais do país, passaram da categoria "estável" para "negativa".
A S&P também cortou notas atribuídas ao Banco das Comunicações, banco comercial estrangeiro, e à China International Trust & Investment (estatal). Ambas também passaram da categoria "estável" à "negativa".
"Deixaremos que o mercado julgue se as notas estão corretas", disse um porta-voz do BC chinês. A S&P justificou a nota dizendo que as carteiras de crédito das quatro instituições variam, mas possuem um ponto em comum: são compostas, em maioria, por empréstimos concedidos a empresas estatais, que vêm registrando seguidas perdas.
"As reformas realizadas até agora pelo governo chinês em suas estatais ainda são limitadas devido à magnitude das suas dificuldades operacionais e da ausência de um programa amplo de benefícios sociais", afirmou a agência.
O PIB (Produto Interno Bruto) chinês deverá crescer 8% em 1998, afirmou recentemente o primeiro-ministro, Li Peng. O percentual é inferior aos 8,8% registrados no ano passado.
Já nos dois primeiros meses deste ano, a produção industrial chinesa registrou um crescimento de apenas 8%, o que corresponde a uma queda de 2,4 pontos percentuais em comparação ao índice registrado no mesmo período de 1997. Autoridades do país confirmaram que se trata do menor índice de crescimento dos últimos anos. A queda da produção industrial ocorreu principalmente devido à diminuição do consumo interno chinês. O declive também é justificado pela saturação do mercado local, que possui um excedente de mercadorias de venda considerada difícil.
Fabricantes chegaram a prolongar este ano o período de férias por ocasião do Ano Novo lunar, celebrado no dia 28 de janeiro.
O governo chinês anunciou que deverá utilizar US$ 32,5 bilhões para ajudar na recapitalização dos maiores bancos comerciais estatais, que estão tecnicamente insolventes depois de anos de operações de empréstimo a companhias inadimplentes.



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