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CRISE ASIÁTICA
Queda no crescimento econômico do país motivou rebaixamento das notas, diz a Standard & Poor's
Classificação para bancos chineses piora
das agências internacionais
Quatro das maiores instituições
financeiras da China tiveram suas
notas rebaixadas ontem pela agência de avaliação de risco de crédito
Standard & Poor's. A diminuição
das notas foi atribuída à queda do
ritmo de crescimento do país.
O banco central da China, no entanto, desconsiderou a revisão das
notas, anunciando que o mercado
deveria fazer seu próprio julgamento da análise. A menos de um
mês, a Moody's Investors Service,
outra agência de avaliação de crédito, também havia revisado para
baixo notas da China.
O Banco da China e o Banco Comercial e Industrial da China, dois
dos maiores bancos estatais do
país, passaram da categoria "estável" para "negativa".
A S&P também cortou notas
atribuídas ao Banco das Comunicações, banco comercial estrangeiro, e à China International
Trust & Investment (estatal). Ambas também passaram da categoria "estável" à "negativa".
"Deixaremos que o mercado julgue se as notas estão corretas",
disse um porta-voz do BC chinês.
A S&P justificou a nota dizendo
que as carteiras de crédito das
quatro instituições variam, mas
possuem um ponto em comum:
são compostas, em maioria, por
empréstimos concedidos a empresas estatais, que vêm registrando
seguidas perdas.
"As reformas realizadas até agora pelo governo chinês em suas estatais ainda são limitadas devido à
magnitude das suas dificuldades
operacionais e da ausência de um
programa amplo de benefícios sociais", afirmou a agência.
O PIB (Produto Interno Bruto)
chinês deverá crescer 8% em 1998,
afirmou recentemente o primeiro-ministro, Li Peng. O percentual
é inferior aos 8,8% registrados no
ano passado.
Já nos dois primeiros meses deste ano, a produção industrial chinesa registrou um crescimento de
apenas 8%, o que corresponde a
uma queda de 2,4 pontos percentuais em comparação ao índice registrado no mesmo período de
1997. Autoridades do país confirmaram que se trata do menor índice de crescimento dos últimos
anos. A queda da produção industrial ocorreu principalmente devido à diminuição do consumo interno chinês. O declive também é
justificado pela saturação do mercado local, que possui um excedente de mercadorias de venda
considerada difícil.
Fabricantes chegaram a prolongar este ano o período de férias por
ocasião do Ano Novo lunar, celebrado no dia 28 de janeiro.
O governo chinês anunciou que
deverá utilizar US$ 32,5 bilhões
para ajudar na recapitalização dos
maiores bancos comerciais estatais, que estão tecnicamente insolventes depois de anos de operações de empréstimo a companhias
inadimplentes.
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