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RECURSOS
Eurobônus serão emitidos até início de maio, diz Gustavo Franco; diretor do BC teme concentração de capitais
Governo quer captar US$ 600 mi na Europa
da Reportagem Local
O governo vai emitir, até o início
de maio, bônus no valor de cerca
de US$ 600 milhões em quatro
moedas européias.
As emissões serão feitas em marco alemão, franco francês, florim
holandês e xelim austríaco. Elas
devem variar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em cada
uma dessas moedas.
Os bônus terão prazo de cinco
anos. Como Alemanha, França e
Holanda fazem parte da UE
(União Européia), os papéis emitidos nesses países serão conversíveis em euro, a moeda do bloco
econômico que circulará a partir
de janeiro de 99.
Segundo o diretor de Assuntos
Internacionais do BC (Banco Central), Gustavo Franco, o governo
está estudando quais bancos serão
responsáveis pela operação.
Ele afirmou que o governo analisa ainda a emissão, até o final de
maio, de bônus com prazo de 20
anos no mercado financeiro da
Itália.
Ontem, durante seminário sobre
o euro em São Paulo, Franco expôs
seu temor em relação à concentração de capitais na Europa depois
da criação da moeda.
Segundo o diretor do BC, o euro
será uma moeda forte, que deve
atrair capitais, gerar superávits na
Europa e déficits em outras regiões
do mundo.
``O financiamento da economia
global vai depender de como o euro poderá se tornar um veículo de
exportação de poupança, que a
Europa tem muito e nós temos
pouco'', disse.
Juros
Franco afirmou também que a
tendência de alta dos juros norte-americanos não irá afetar a política monetária e cambial do Brasil.
De acordo com ele, os aumentos
das taxas nos Estados Unidos foram pequenos e seus efeitos podem ser anulados pelo crescimento da economia brasileira.
Mas essa tendência de alta, afirma, deve atrasar a emissão de bônus no mercado norte-americano.
``Estamos discutindo o melhor
momento de emissão: se agora ou
depois de os juros subirem novamente'', afirmou.
No ano passado, o Brasil emitiu
US$ 2 bilhões em bônus no mercado internacional.
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