São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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União venderá ações do BB e deve permitir uso do FGTS para compra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem que vai vender pelo menos 16,3% do capital do Banco do Brasil para que a instituição possa aderir ao Novo Mercado -um conjunto de regras que exige mais transparência na administração das empresas e uma parcela mínima de ações em circulação.
A venda não prejudicará o controle que o Tesouro Nacional tem sobre o banco porque atualmente sua participação é de 71,8% do capital total da instituição.
A operação poderá render cerca de R$ 1,5 bilhão aos cofres do Tesouro, de acordo com o valor atual das ações. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, o dinheiro será usado para abater a dívida pública.
Segundo o presidente do BB, Eduardo Guimarães, a conclusão da venda das ações deverá ser fechada pelo BNDES, que ficará encarregado da operação, até o início do próximo semestre. O governo pode permitir que parte das ações seja oferecida aos titulares de contas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) -oferta semelhante à da venda de participações da União na Petrobras e na Vale do Rio Doce.
O Novo Mercado oferece três níveis distintos para a negociação dos papéis. O governo quer listar as ações do banco no nível pleno.
Para aderir ao Novo Mercado no nível pleno, as empresas têm de manter 25% de suas ações em circulação. Hoje, o BB tem 8,7% de suas ações no mercado.
Até hoje, só a Companhia de Concessões Rodoviárias aderiu ao novo sistema no nível pleno.
Se forem vendidos 16,3% do capital, o Tesouro Nacional passará a deter 55,5% das ações do BB. Os outros maiores acionistas são a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB), com 13,7%, e o BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, com 5,8%. O mínimo de 25% não considera as ações do BNDES nem da Previ.
O nível pleno do Novo Mercado exige também que todo o capital da empresa seja de ações ordinárias (que dão direito a voto). O BB tem 44% de seu capital total em ações preferenciais (que não dão direito a voto). O presidente do BB não soube informar como e quando as ações preferenciais serão convertidas em ordinárias.



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