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União venderá ações do BB e deve
permitir uso do FGTS para compra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anunciou ontem que
vai vender pelo menos 16,3% do
capital do Banco do Brasil para
que a instituição possa aderir ao
Novo Mercado -um conjunto
de regras que exige mais transparência na administração das empresas e uma parcela mínima de
ações em circulação.
A venda não prejudicará o controle que o Tesouro Nacional tem
sobre o banco porque atualmente
sua participação é de 71,8% do capital total da instituição.
A operação poderá render cerca
de R$ 1,5 bilhão aos cofres do Tesouro, de acordo com o valor
atual das ações. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Fábio
Barbosa, o dinheiro será usado
para abater a dívida pública.
Segundo o presidente do BB,
Eduardo Guimarães, a conclusão
da venda das ações deverá ser fechada pelo BNDES, que ficará encarregado da operação, até o início do próximo semestre. O governo pode permitir que parte das
ações seja oferecida aos titulares
de contas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
-oferta semelhante à da venda
de participações da União na Petrobras e na Vale do Rio Doce.
O Novo Mercado oferece três
níveis distintos para a negociação
dos papéis. O governo quer listar
as ações do banco no nível pleno.
Para aderir ao Novo Mercado
no nível pleno, as empresas têm
de manter 25% de suas ações em
circulação. Hoje, o BB tem 8,7%
de suas ações no mercado.
Até hoje, só a Companhia de
Concessões Rodoviárias aderiu
ao novo sistema no nível pleno.
Se forem vendidos 16,3% do capital, o Tesouro Nacional passará
a deter 55,5% das ações do BB. Os
outros maiores acionistas são a
Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB), com 13,7%, e o
BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, com 5,8%. O mínimo de 25% não considera as
ações do BNDES nem da Previ.
O nível pleno do Novo Mercado
exige também que todo o capital
da empresa seja de ações ordinárias (que dão direito a voto). O BB
tem 44% de seu capital total em
ações preferenciais (que não dão
direito a voto). O presidente do
BB não soube informar como e quando as ações preferenciais serão convertidas em ordinárias.
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