São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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Em SP, 5.000 perdem empregos em março

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Março voltou a registrar aumento no desemprego em São Paulo, após dois bons períodos -março de 2000 e de 2001- com aumento no emprego. O número de trabalhadores na indústria no Estado de São Paulo caiu 0,32% no mês passado, a pior taxa verificada para o período desde 1999 (-1,13%), segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O saldo total ficou negativo em 5.000 pessoas em março (mais demitidos do que contratados). Nos últimos 12 meses, esse saldo está negativo em 50 mil -é como se todos os funcionários do grupo Pão de Açúcar, um dos maiores empregadores do Brasil, fossem demitidos em um ano.
Desde o início do ano a taxa de emprego caiu 0,98% -foram dispensados 15,5 mil trabalhadores.
Essa queda em relação ao ano passado já era esperada. Isso porque, nos primeiros meses de 2001, o país registrou elevados níveis de atividade industrial e de contratação de pessoal -o oposto do que está acontecendo neste ano.
Uma recuperação está prevista para este mês, quando as empresas contratam pessoal para a fabricação de produtos para o Dia das Mães (maio) e para a Copa do Mundo (maio/junho). Por causa desses dois eventos, há a tendência de abertura de vagas temporárias nos setores ligados a bens duráveis (eletroeletrônicos) e semiduráveis (vestuário).
A proximidade das eleições também pode ter efeito favorável nesse cenário. São criadas vagas na área de construção civil, principalmente devido à retomada do segmento de obras públicas. O emprego nesse setor cresce, em média, 1% nos meses que antecedem a eleição, pelos dados do Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil).
O setor de lâmpadas registrou queda de mais de 1% no emprego, assim como a área de condutores elétricos (1,37%) e papel (3,98%).
É que sem o racionamento caíram as vendas de alguns tipos de lâmpadas, principalmente das que gastam menos energia.
O pior desempenho ocorreu na área de produtos de cacau e balas, onde o números de demitidos superou o de contratados em 8,72%.



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