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Renegociação da dívida ainda aguarda
DE WASHINGTON
O secretário de finanças da Argentina, Lisandro Barry, enviou
ontem uma carta aos detentores
de títulos do país desmentindo
que esteja indo para os EUA na
próxima semana para dar início
ao processo de reestruturação da
dívida externa do país.
"No final da semana passada, a
imprensa deu ampla divulgação
para a notícia de que eu estaria
viajando para os EUA no dia 17 de
abril para nos encontrar com detentores de títulos da Argentina",
escreveu Barry, o negociador oficial da dívida argentina, numa
carta publicada pela associação de
negociadores de títulos de mercados emergentes (a "EMTA").
"Queremos esclarecer qualquer
mal-entendido que possa ter surgido como resultado da divulgação dessa informação. Embora a
Argentina esteja comprometida
em conduzir um diálogo com os
detentores de títulos..., o governo
concluiu ser preferível iniciar tal
diálogo uma vez que atinjamos
um grau de certeza maior".
Desde que a Argentina deu um
calote em sua dívida externa de
US$ 140 bilhões, em dezembro
passado, parte dos credores externos formou um comitê para facilitar a negociação e avaliar a possibilidade de moverem uma ação
judicial contra o governo.
Alguns credores optaram por ficar de fora do comitê, o que permite a eles tomar decisões independentes. Um desses credores
foi o DCA Grantor Trust, um fundo de investimentos norte-americano que entrou com um processo em Nova York para cobrar US$
1,5 milhão em títulos da dívida argentina não pagos pelo governo.
Até o momento, o comitê dos
credores decidiu evitar o confronto judicial. "A habilidade de os argentinos nos pagarem agora é zero", explicou à Folha Peter Alan,
representante do comitê de credores.
"Tem que haver um programa
do FMI. Tem que haver pelo menos um começo para sabermos
onde estamos pisando. Enquanto
a economia argentina estiver numa situação como essa, o governo
não poderá nos dizer quando e
quanto vai pagar."
Alan disse que há outras prioridades a serem perseguidas pelo
ministro de Economia, Jorge Remes Lenicov. "Enquanto a economia argentina estiver assim, quase morta, não dá para começar a
negociar."
(MARCIO AITH)
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