São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Conclusão da emissão levou dois dias para ser anunciada; dólar interrompe queda e sobe 0,88%

Brasil conclui captação com dificuldade

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil teve dificuldades para concluir a captação de US$ 1 bilhão no mercado internacional. O motivo, segundo a Reuters, foram as incertezas do ano eleitoral.
Havia causado estranheza ao mercado o fato de os detalhes da operação não terem sido divulgados na quarta-feira. Normalmente, a emissão é concluída em um dia, mas desta vez levou dois.
Os bônus vencem em oito anos e vão pagar juros de 12,384% ao ano. Ficaram dentro da média de outras emissões. Em uma emissão do governo em janeiro, papéis com vencimento em dez anos saíram à taxa de 12,6%. Em março, títulos de seis anos foram emitidos com taxa de 11,7% ao ano. Resta saber se o governo pretendia colocar maior quantidade de papéis ou obter taxas menores.
O dólar, que havia caído anteontem por conta da emissão, subiu 0,88% ontem, para R$ 2,284. Foi a maior valorização da moeda em um dia desde 6 de março. Segundo boa parte dos operadores, as saídas de moeda dos EUA superaram as entradas. Falou-se em uma operação de retirada de recursos de US$ 100 milhões por parte do Banco do Brasil e de uma operação de "hedge" (proteção cambial) de US$ 120 milhões feita pelo Deutsche Bank.
Além disso, operadores afirmaram que houve um movimento de especulação dos bancos, que puxou a taxa para cima.
Hoje é o dia do vencimento de US$ 110 milhões referentes a uma parcela dos juros para rolar a dívida pública brasileira. A mesa de títulos do Banco Central no Rio confirmou o vencimento. O vencimento dos cupons desses títulos é hoje e a média das cotações do dólar de ontem -a chamada Ptax, do BC- será usada para transformar o valor em reais.
Como as carteiras dos bancos estão recheadas desses papéis, a alta do dólar é interessante para essas instituições. Hoje elas vão receber mais reais do BC.
A Bolsa fechou com queda de 0,03%. Durante o dia, o Ibovespa chegou a subir 1%, mas não sustentou o ganho. O desempenho foi prejudicado pela queda das Bolsas norte-americanas. Por aqui, o que mais assustou o mercado foi uma informação, não confirmada, de que um fundo dos EUA, que teria forte exposição em ADRs de Petrobras e de Embratel, enfrenta problemas financeiros. (ANA PAULA RAGAZZI)


Colaborou Sergio Ripardo, da Folha Online


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