São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

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Economistas prevêem recuo de até 3% no PIB no primeiro trimestre

DA REUTERS

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve recuar no primeiro trimestre deste ano, afirmam economistas brasileiros ouvidos pela agência de notícias Reuters. Mesmo assim, a expectativa para o ano é de crescimento da economia.
Dos 20 entrevistados, 12 acham que haverá recuo do PIB no período. As opiniões variam de queda de 0,3% a 3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Segundo os economistas, os efeitos da crise argentina e do racionamento de energia ainda devem ser sentidos no resultado da economia do início deste ano.
Outro problema apontado é a pressão inflacionária, alimentada principalmente pelos altos preços do petróleo no mercado internacional. Segundo os entrevistados, até mesmo a recuperação da economia, que no ano passado fechou com alta modesta de 1,5%, é questionável, dados os aumentos da inflação no país.
Para os economistas, a possibilidade de cortes na taxa de juros do país está mais distante por causa das recentes altas nos preços. Em cada uma das reuniões do Banco Central deste ano, a autoridade monetária abaixou os juros em 0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 18,5% ao ano.
Já a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) subiu 0,8% em abril. Essa foi a maior alta no índice desde outubro do ano passado.
A queda na atividade industrial registrada nos últimos meses também deve influenciar, na opinião dos especialistas, a velocidade de recuperação da economia. Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 0,8% no mês de março, a quarta retração mensal consecutiva.
Isso, na opinião deles, é uma demonstração de que a retomada do crescimento brasileiro não deverá ser tão intensa quanto estava sendo esperado.
Para esses economistas, o Brasil deverá crescer entre 1% e 2,75% neste ano. A média entre os 20 entrevistados é de crescimento de 2,2% no ano, praticamente igual à média registrada no último levantamento da agência, de crescimento de 2,3%.

Eleições
Os economistas brasileiros se mostraram preocupados com o que pode acontecer neste ano, por causa das eleições presidenciais. Segundo eles, é normal que o mercado adote um posicionamento mais cauteloso em épocas como essa.
O mercado teme que, após as eleições, os títulos da dívida brasileira possam cair no mercado internacional, derrubando a cotação do real e elevando os custos da dívida e as taxas de juros no país.



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