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Fed deve elevar juros já, diz OCDE
DA REDAÇÃO
O Federal Reserve (o banco
central dos EUA) deve começar a
se esforçar para controlar o aquecimento da economia do país o
mais breve possível, e a elevação
da taxa de juros seria um bom começo, disse ontem a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Na apresentação do relatório semestral da instituição sobre as
perspectivas econômicas, o economista-chefe da OCDE, Jean-Philippe Cotis, defendeu a remoção de estímulos pelo Fed.
"Para os EUA, o maior risco é
que as políticas macroeconômicas permaneçam expansionistas
por muito tempo durante a fase
de recuperação", disse Cotis.
A elevação dos juros de forma
abrupta pode representar uma
ameaça ao que a OCDE classifica
de "recuperação forte e sustentada da economia mundial" e afetar
negativamente os investimentos
em todo o mundo.
A instituição revisou para cima
suas previsões para diversas regiões. Os países-membros da OCDE devem crescer 3,4% neste ano,
impulsionados pelo desempenho
de EUA, Japão e Reino Unido -a
expectativa anterior era de 3%.
Apesar desse cenário, Cotis disse que a recuperação mundial é
atrasada pela Europa, "onde a demanda doméstica e os gastos das
famílias permanecem surpreendentemente fracos". Ele disse que
os principais países da zona do
euro, especialmente Alemanha e
Itália, enfrentam dificuldades para reativar suas economias.
O economista pediu o afrouxamento da política monetária na
zona do euro, com a redução da
taxa de juros em 0,5 ponto percentual, para 1,5% ao ano, para estimular a expansão.
Em relação ao Brasil, a OCDE
descreve um cenário positivo e
prevê que o país cresça 3,3% em
2004 e 3,5% no próximo ano.
"Indicadores que apontam para
o cenário futuro, incluindo vendas no varejo e confiança das empresas, confirmam que a recuperação está a caminho", aponta o
relatório da instituição, para
quem o crescimento das exportações, sustentado pela recuperação
mundial, deve continuar.
A OCDE diz ainda que "as melhores perspectivas para o mercado de trabalho, aliada à baixa inflação, devem contribuir para elevar a confiança do consumidor e
impulsionar as vendas".
O relatório, porém, também
apresenta algumas ressalvas, em
particular os efeitos que a elevação dos juros nos EUA poderá
causar, como a queda no fluxo de
capital aos países emergentes.
No cenário interno, "o principal
risco é a diminuição no ritmo das
reformas estruturais, com a proximidade das eleições municipais,
em outubro deste ano".
Com agências internacionais
e o "Financial Times"
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