|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTIGO
Juro maior derruba emissão de títulos nos EUA
JENNY WIGGINS
DO "FINANCIAL TIMES"
A emissão de títulos corporativos nos EUA despencou
para seu nível mais baixo em 18
meses, conforme a elevação das
taxas de juros cobra seu preço das
companhias que tentam captar
dinheiro nos mercados de dívida.
Menos de US$ 10 bilhões em dívida deverão ser emitidos nos
mercados americanos de títulos
com classificação de investimento
nesta semana, a quinta consecutiva em que as vendas de dívida caíram abaixo desse nível, segundo
Richard Peterson, principal estrategista de mercado na Thomson
Financial. "Maio está começando
devagar", ele disse, acrescentando
que a última vez em que os mercados ficaram tão calmos foi no final de 2002, durante uma série de
escândalos corporativos quando
os títulos ficaram voláteis.
Os banqueiros esperavam que a
emissão de dívidas caísse neste
ano, depois de previsões de juros
mais altos. Mas foram surpreendidos pela extensão do declínio.
No mês passado, foram vendidos somente US$ 31,7 bilhões em
títulos corporativos, comparados
com US$ 91,1 bilhões em março.
As taxas de juros ascendentes tornam mais caro para as companhias vender suas dívidas.
O rendimento dos títulos do Tesouro para dez anos saltou para
4,5% no final de abril, contra 3,9%
no início do mês, quando os investidores tornaram-se mais confiantes de que o Fed elevaria as taxas neste ano. As margens aumentaram ainda mais após o relatório de emprego da semana passada, que convenceu os investidores da iminência de uma alta dos
juros, fazendo-os vender títulos.
Com a recuperação ganhando
terreno, as pressões inflacionárias
provavelmente aumentarão. Em
sua previsão econômica para dois
anos, a OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) disse que os juros
nos Estados Unidos terão de subir
três pontos percentuais para voltar a um nível neutro, em que
nem estimulam nem deprimem a
economia.
Os preços dos títulos corporativos, que se recuperaram no ano
passado, começaram a cair.
As companhias de automóveis e
financeiras também estavam sofrendo. Os juros maiores aumentaram o custo dos empréstimos,
potencialmente reduzindo a demanda por carros e serviços de
empréstimos.
Tradução de
Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Texto Anterior: Fed deve elevar juros já, diz OCDE Próximo Texto: Acordo entre Mercosul e UE deverá ser "light" Índice
|