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Acordo entre Mercosul
e UE deverá ser "light"
DA REPORTAGEM LOCAL
A concretização das negociações para o acordo entre o Mercosul e a União Européia, prevista
para outubro deste ano, deve ser
"light". Ou seja, com pouca ênfase
em temas considerados sensíveis
para ambos.
No caso do Mercosul, mais especificamente do Brasil, a questão
relativa a compras governamentais é um dos principais pontos de
atrito. No caso europeu, o impasse na discussão de acesso a mercados gera lentidão no ritmo de
avanço do acordo.
A conclusão parte de seminário
sobre negociações internacionais
realizado ontem em São Paulo pelo Instituto Fernand Braudel.
"O acordo entre a UE e o Mercosul já nasceu "light". A oferta [européia] é muito tímida", diz Marcos Jank, do Icone (Instituto de
Estudos do Comércio e Negociações Internacionais).
Hoje, o Mercosul exporta US$
29 bilhões em produtos agrícolas.
Desse total, 35% são destinados à
União Européia. Mas nos principais itens da pauta de exportação
agrícola do bloco sul-americano
-açúcar e carnes- a participação no mercado europeu é considerada ínfima. O Mercosul exporta conjuntamente 13,6 milhões de
toneladas de açúcar para o mercado internacional. Para a UE, o volume é de 54,4 mil toneladas.
A proposta da UE acena com a
possibilidade de ampliação das
cotas de exportação. "Esse é o pior
dos mundos para países competitivos como o Brasil", disse Jank.
Segundo Jean-Yves Carfantan,
professor da Escola Superior de
Angers (França), a oferta da UE
não atende aos principais interesses do Mercosul, mas há uma
maior disposição para flexibilizar
as posições. "É preciso aproveitar
o momento. A negociação corre
contra o tempo", declarou ontem
durante o seminário.
A urgência em fazer avançar o
acordo entre os dois blocos se deve, principalmente, à entrada de
novos membros na UE. Alguns
dos países do Leste Europeu têm a
economia fortemente baseada na
agricultura. Isso pode gerar mais
impasses para abrir as exportações para o Mercosul.
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