São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2005

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MERCADO ABERTO

Pioram as expectativas dos bancos

A inflação e os juros vão continuar em alta, e o PIB irá crescer menos do que se previa. Essa é a conclusão da pesquisa mensal de projeções econômicas da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que será divulgada hoje, realizada com base nas previsões de 51 economistas-chefes de bancos do país. As informações foram colhidas na semana passada.
De acordo com a pesquisa, as expectativas de inflação para este ano subiram de 6% (pesquisa de abril) para 6,23%, acima da meta do governo de 5,1%. Já as previsões da Selic (taxa básica de juros) no final deste ano saltaram de 17,39% para 17,70%. O levantamento da Febraban indica também um crescimento menor do PIB, de 3,55% neste ano -em abril, os bancos apostavam em variação de 3,61%.
As expectativas para o câmbio são as de que o real irá fechar o ano mais apreciado em relação ao dólar do que se previa. Segundo a pesquisa da Febraban, o câmbio irá fechar a R$ 2,74 por dólar -em abril, a previsão era de R$ 2,80.
O economista-chefe da Febraban, Roberto Luís Troster, admite que a pesquisa indica um clima mais pessimista em relação à economia. "A combinação de juro e inflação mais elevados e o câmbio apreciado só pode resultar em menor crescimento da economia", afirma Troster. "Esse é, na verdade, o grande nó que o governo precisa desatar."
Mas, apesar da apreciação do real, a pesquisa da Febraban prevê crescimento das exportações e aumento do investimento direto estrangeiro. O Brasil deve fechar o ano com um total de US$ 108,6 bilhões de exportações e US$ 14,26 bilhões em investimentos diretos. Em abril, a Febraban apostava em US$ 106,99 bilhões em vendas ao exterior e em US$ 13,89 bilhões em investimentos.
De acordo com Troster, essas previsões mostram que nem tudo é pessimismo. "Há alguns sinais positivos", afirma.

FUMAÇA BRANCA
Depois de algumas semanas de discussão, as empresas de telefonia de São Paulo finalmente chegaram ontem a um acordo que permite à Anatel homologar o aumento de 7,99% nas ligações de telefone fixo para móvel, anunciado há mais de um mês mas ainda não autorizado. A Anatel deverá liberar hoje ou amanhã o aumento. No acordo, as teles fecharam um reajuste provisório de 4,5% para a tarifa de interconexão, que é o valor pago pelas fixas para as móveis. Segundo Mário César Pereira de Araújo, da TIM Brasil, a proposta das teles é a de que o reajuste de 4,5% tenha caráter provisório, até que a Anatel decida o índice que considerar mais adequado.

FESTA PORTUGUESA
Antonio Palocci Filho (Fazenda) é presença certa no Fórum Portugal, no dia 17, na Fiesp. Promovido pela Fundação Luso-Brasileira, o evento reunirá empresários e autoridades como João Oliveira Rendeiro (Banco Privado Português) e Benjamin Steinbruch (CSN). O objetivo do encontro é estreitar o relacionamento comercial entre os países.

EXPERIÊNCIA
Vitor Seravalli, diretor industrial da Basf, vai comandar o recém-criado departamento de responsabilidade social do Ciesp. Seravalli já integra o comitê de responsabilidade social da Basf há cerca de oito anos.

INVASÕES
Luiz Flávio D'Urso (OAB-SP) e a recém-empossada presidente do TRF da 3ª Região, Diva Malerbi, decidiram que nas reuniões mensais entre desembargadores e advogados serão discutidas questões como a invasão de escritórios com mandados de busca e apreensão genéricos pela Justiça Federal. Segundo a OAB, a Polícia Federal leva todos os arquivos de escritórios, o que impede o trabalho das bancas.

EFEITO DÓLAR
Com a queda do dólar, a American Express registrou, de janeiro a abril, alta de 68% nas vendas de "travelers cheques" no Brasil ante o mesmo período de 2004.

APOSTA NO DVD
Para escapar da estagnação nas vendas de CDs, a multinacional espanhola NovoDisc inicia no mês que vem no Brasil a fabricação de DVDs graváveis. "É uma forma de dar sobrevida ao negócio, porque os CDs devem desaparecer daqui a algum tempo. Temos que dar prioridade aos segmentos com maior potencial de crescimento, como DVDs", diz o diretor-geral da empresa no Brasil, Lucas Sacay. No novo segmento, a empresa espera se recuperar de um ano de 2004 "não muito bom". A expectativa é a de um crescimento de até 35% para este ano. Para produzir os DVDs no país, a NovoDisc investiu R$ 30 milhões na expansão da fábrica em Manaus.

Belas, criativas e empreendedoras

Visão de negócio, criatividade e empreendedorismo. Esses são alguns dos atributos que irão pesar na balança para a escolha da empresária vencedora do Prêmio Veuve Clicquot da Mulher de Negócios. Neste ano, cinco foram indicadas ao prêmio no Brasil: Alice Maria Ferreira, Amalia Sina, Bia Aydar, Rose Koraicho e Sônia Hess.
À Folha, elas apontaram em uníssono a valorização da mulher no mercado de trabalho. "A mulher hoje tem um trânsito muito maior, as expectativas que se têm dela são outras", afirmou Rose Koraicho, presidente da Koema, uma das maiores incorporadoras do país, e diretora do Secovi.
Para Amalia Sina, presidente da Walita e professora da FGV e da USP, porém, "as empresas ainda estão aprendendo a como receber a mulher e a entender como ela interage no trabalho." O que exige delas um esforço adicional, afirmam.
"A nossa cultura ainda é machista, então a gente tem que batalhar e se impor. E a mulher tem essa característica de não desistir tão facilmente", afirma Bia Aydar, presidente da agência de publicidade MPM.
Para Alice Maria Prado Ferreira, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, também conta a favor das mulheres "a sensibilidade. É um dom que temos que faz a diferença nos negócios".
Sobre o próximo desafio, após a conquista de espaço no mercado, Sônia Hess, presidente da camisaria Dudalina e diretora da Abit, diz que "é preciso crescer a presença feminina em associações, para que elas possam ajudar a melhorar o país".
Criado em 1972 na França e entregue no Brasil desde 1991 -desde 2001 ele é bienal-, o prêmio coincide neste ano com o bicentenário da Veuve Clicquot e será entregue no dia 19, em São Paulo, com a presença da presidente mundial do grupo, Cécile Bonnefond.
Já ganharam o prêmio, entre outras, Cristiana Arcangeli, Vânia Ferro e Eneida Bini, aliás, a última vencedora, em 2003.


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