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BALANÇOS
Resultado supera o do Bradesco e é o maior do 1º trimestre até o momento; empresa responde por 13% do saldo comercial
Lucro da Vale cresce 69% e vai a R$ 1,6 bi
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Companhia Vale do Rio Doce, gigante da mineração, registrou lucro líquido de R$ 1,6 bilhão
no primeiro trimestre deste ano. É
o maior resultado entre todas as
empresas que já divulgaram balanço para o período. A empresa
superou Bradesco (R$ 1,205 bilhão) e Itaú (R$ 1,141 bilhão).
O resultado da Vale equivale a
um lucro por ação de R$ 1,40 e incremento de 69,3% na comparação com igual período do ano
passado. Entre janeiro e março de
2004, o lucro apurado ficou em R$
654 milhões.
Nos três primeiros meses deste
ano, a Vale cravou sua liderança
nas exportações brasileiras. A empresa foi responsável por 13,2%
do superávit comercial obtido pelo país no período, de US$ 8,3 bilhões (cerca de R$ 20,4 bilhões). A
receita bruta da Vale no trimestre
foi de R$ 7 bilhões, 18,9% acima
do auferido no mesmo intervalo
do último ano.
As vendas externas da Vale de
janeiro a março somaram US$ 1,3
bilhão (cerca de R$ 3,2 bilhões).
Além disso, em 12 meses encerrados em março, a mineradora realizou investimentos recordes. Foram empregados US$ 2,3 bilhões
(R$ 5,7 bilhões). No trimestre, o
montante foi de US$ 570 milhões
(R$ 1,4 bilhão).
Segundo relatório da mineradora divulgado ontem, "os resultados da CRVD no primeiro trimestre de 2005 foram obtidos em condições adversas". Ou seja: não fosse a queda substancial da cotação
do dólar -moeda à qual estão
atrelados 86% das receitas da mineradora-, a Vale poderia ter lucrado ainda mais. Chuvas de verão e pressão de custos também
atrapalharam a companhia.
Ferrovias
Os serviços de logística foram
responsáveis por 10,3% da receita
apurada no trimestre. O transporte ferroviário de carga geral para
clientes trouxe ao caixa da companhia R$ 506 milhões. Os serviços portuários, R$ 114 milhões.
A Vale tem enfrentado problemas no setor, por conta da participação na MRS Logística, concessionária das estradas de ferro da
Malha Sudeste. A participação da
mineradora na MRS está sendo
contestada pelas siderúrgicas, que
lutam para que a Vale venda as
ações da MRS excedentes a 20%.
O assunto está sob análise do
Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica). Há dois
dias, o presidente da Anut (Associação Nacional dos Usuários do
Transporte de Carga), Paulo Manoel Protasio, esteve na autarquia
para ratificar apoio à posição das
siderúrgicas. Ele entregou ao relator do caso "números colhidos
com associados da entidade e
com o mercado".
Tais dados, conforme Protasio,
demonstrariam que o excessivo
poder de fogo da Vale estaria
criando insegurança entre os
agentes e, portanto, inibindo novos investimentos no setor de logística e de operação portuária.
Procurada, a Vale não quis se
pronunciar sobre o assunto.
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