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Ganho da Usiminas no trimestre atinge R$ 1 bi, com alta de 179%
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
No rastro de 2004, quando o setor siderúrgico nacional apresentou os maiores lucros de sua história, o grupo Usiminas anunciou
ontem que obteve lucro líquido
de R$ 1,001 bilhão de janeiro a
março deste ano, resultado que,
comparado com o mesmo período do ano passado, foi 179%
maior. O valor representa um terço do lucro alcançado pela Usiminas ao longo do ano de 2004.
Na semana passada, o grupo
Gerdau também anunciou crescimento de 91,6% no lucro líquido
do trimestre, alcançando a cifra
de R$ 809 milhões. Os bons resultados dos dois grupos, que operam com prioridades distintas,
mostra que o setor vai bem quando prioriza o mercado externo
(caso da Gerdau) e também quando atende com prioridade o mercado interno (como a Usiminas).
Preços elevados e mercados estáveis garantem os bons resultados.
O sistema Usiminas, que inclui
a Cosipa, comercializou 78% da
sua produção de 1,8 milhão de toneladas no mercado interno.
Comparado com o primeiro trimestre de 2004, as vendas foram
7% menores.
O presidente do grupo, Rinaldo
Campos Soares, disse que essa redução foi motivada principalmente pela antecipação das vendas do primeiro trimestre de 2005
para o quarto trimestre de 2004,
em virtude da implantação de um
novo processo de gestão empresarial em janeiro passado.
Como precaução a eventuais
problemas com a implantação do
novo sistema de gestão e pelo fato
de (por causa dessa implantação)
a empresa ter ficado seis dias sem
entregar nenhum produto, a antecipação foi feita. "Isso foi compensado pelo preço do aço."
Segundo Soares, o preço médio
do produto teve alta de 56%. O
preço da tonelada média no mercado interno, que estava em
R$ 1.200 no primeiro trimestre de
2004, fechou março deste ano em
R$ 1.900. "Esse aumento deu receita maior e Ebitda maior", disse
o empresário, acrescentando que
o grupo segue priorizando operações com aço de maior valor agregado, consumido especialmente
pelas indústrias automotivas e de
eletrodomésticos.
Assim, a receita líquida atingiu
R$ 3,4 bilhões, crescimento de
46%. A geração operacional de
caixa (Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) atingiu R$ 1,7 bilhão,
crescimento de 87%.
Soares disse que o mercado para o setor siderúrgico deve continuar rentável em 2005, mesmo
sem ter noção da demanda no segundo semestre. A expectativa do
setor é que o PIB (Produto Interno Bruto) mantenha crescimento
anual na faixa 3,5% ao ano. "O
mercado interno segue estável e
plenamente abastecido, não tem
demanda excessiva", disse.
A expectativa que existe agora é
em relação ao comportamento do
preço do aço, que tende a subir
mais ao final deste semestre. O ultimo aumento praticado pela Usiminas foi em outubro, diante de
aumento de custos que variou entre 20% e 25%. Mas, agora em
maio, passou a vigorar o reajuste
do preço do minério e, em junho,
será a vez do carvão.
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