São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2005

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Ganho da Usiminas no trimestre atinge R$ 1 bi, com alta de 179%

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

No rastro de 2004, quando o setor siderúrgico nacional apresentou os maiores lucros de sua história, o grupo Usiminas anunciou ontem que obteve lucro líquido de R$ 1,001 bilhão de janeiro a março deste ano, resultado que, comparado com o mesmo período do ano passado, foi 179% maior. O valor representa um terço do lucro alcançado pela Usiminas ao longo do ano de 2004.
Na semana passada, o grupo Gerdau também anunciou crescimento de 91,6% no lucro líquido do trimestre, alcançando a cifra de R$ 809 milhões. Os bons resultados dos dois grupos, que operam com prioridades distintas, mostra que o setor vai bem quando prioriza o mercado externo (caso da Gerdau) e também quando atende com prioridade o mercado interno (como a Usiminas). Preços elevados e mercados estáveis garantem os bons resultados.
O sistema Usiminas, que inclui a Cosipa, comercializou 78% da sua produção de 1,8 milhão de toneladas no mercado interno. Comparado com o primeiro trimestre de 2004, as vendas foram 7% menores.
O presidente do grupo, Rinaldo Campos Soares, disse que essa redução foi motivada principalmente pela antecipação das vendas do primeiro trimestre de 2005 para o quarto trimestre de 2004, em virtude da implantação de um novo processo de gestão empresarial em janeiro passado.
Como precaução a eventuais problemas com a implantação do novo sistema de gestão e pelo fato de (por causa dessa implantação) a empresa ter ficado seis dias sem entregar nenhum produto, a antecipação foi feita. "Isso foi compensado pelo preço do aço."
Segundo Soares, o preço médio do produto teve alta de 56%. O preço da tonelada média no mercado interno, que estava em R$ 1.200 no primeiro trimestre de 2004, fechou março deste ano em R$ 1.900. "Esse aumento deu receita maior e Ebitda maior", disse o empresário, acrescentando que o grupo segue priorizando operações com aço de maior valor agregado, consumido especialmente pelas indústrias automotivas e de eletrodomésticos.
Assim, a receita líquida atingiu R$ 3,4 bilhões, crescimento de 46%. A geração operacional de caixa (Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) atingiu R$ 1,7 bilhão, crescimento de 87%.
Soares disse que o mercado para o setor siderúrgico deve continuar rentável em 2005, mesmo sem ter noção da demanda no segundo semestre. A expectativa do setor é que o PIB (Produto Interno Bruto) mantenha crescimento anual na faixa 3,5% ao ano. "O mercado interno segue estável e plenamente abastecido, não tem demanda excessiva", disse.
A expectativa que existe agora é em relação ao comportamento do preço do aço, que tende a subir mais ao final deste semestre. O ultimo aumento praticado pela Usiminas foi em outubro, diante de aumento de custos que variou entre 20% e 25%. Mas, agora em maio, passou a vigorar o reajuste do preço do minério e, em junho, será a vez do carvão.


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