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COMUNICAÇÕES
Associação que reúne 41 prestadoras de serviços denuncia à Anatel dificuldades em competir com as grandes do setor
Empresas vêem monopólio na telefonia fixa
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços
de Telecomunicações Competitivas), que reúne 41 empresas de telefonia, TV a cabo e de transmissão de dados, entregou um documento à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em que
afirma que o monopólio estatal
foi substituído por monopólios
regionais privados em 96% do
mercado de telefonia fixa local.
Segundo a entidade, há um quadro de estagnação na telefonia fixa -com 10 milhões de linhas
instaladas e fora de serviço- porque as grandes concessionárias
não teriam interesse em atender a
população de baixa renda.
A crítica é dirigida principalmente às empresas Telefônica,
Telemar e Brasil Telecom, privatizadas em 1998, mas também respinga na Anatel, que, segundo a
associação, deixou de implementar regras que facilitariam a competição no setor.
O documento diz que menos de
25% das 302 licenças para o Serviço de Comunicação Multimídia
expedidas pela Anatel estão em
operação, devido à dificuldade de
competição com as grandes teles.
Entre as empresas estrangeiras
que perderam dinheiro no país,
são citadas a Bell Canadá (ex-acionista controladora da Vésper), a Bell South (ex-acionista da
BCP), a France Telecom (acionista da Intelig) e a MCI, ex-acionista
controladora da Embratel.
O texto foi entregue por presidentes e diretores de 13 empresas
associadas da Telcomp. Fizeram
parte da comitiva os presidentes
regionais da Telmex (grupo mexicano que controla a Embratel) e
da AT&T e diretores da Net Serviços e da TVA.
Sem competição
Segundo Luiz Cuza, presidente
da Telcomp, o modelo de privatização previa ampla competição
na telefonia fixa local, a partir de
2002, e foi com essa perspectiva
que empresas nacionais e estrangeiras investiram US$ 10 bilhões
para concorrer no mercado.
A associação cita dados de balanços das concessionárias e da
própria Anatel para mostrar que a
densidade telefônica (relação entre quantidade de linhas instaladas e o número de habitantes) estagnou no país e até diminuiu nas
classes C, D e E nos últimos anos.
Desde 2001, o número de linhas
em serviço da Telemar mantém-se na faixa de 15 milhões, a da Telefônica ficou na faixa de 12,5 milhões, enquanto a Brasil Telecom
passou de 8,6 milhões para 9,5 milhões, mantendo-se nesse patamar até o final do ano passado.
Segundo a Telcomp, além da estagnação, há uma crise no setor,
evidenciada por queixas dos consumidores nos Procons e por
mais de 100 mil ações judiciais
que contestam a assinatura mensal e os reajustes das tarifas.
O documento fala também na
demora da Anatel em julgar denúncias de formação de cartel e
nas suspeitas de que o banco Opportunity (caso Kroll) e a Telemar
tenham espionado clientes e concorrentes.
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