São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Ibovespa perde 2,17% e moeda volta a R$ 2,10, após sinal de que alta no juro dos EUA pode continuar

Pessimismo com Fed afeta Bolsa e eleva dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado doméstico amargou um dia de negócios bastante ruins, sucumbindo ao mau humor vindo do cenário internacional. A Bovespa encerrou seu pregão com perdas de 2,17%. O dólar subiu 2,04%, a R$ 2,103.
Os investidores se decepcionaram com a nota apresentada pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) após a reunião em que decidiu perla elevação dos juros norte-americanos em 0,25 ponto percentual, para 5% anuais, na tarde de quarta-feira. O documento não deu sinais claros de que o processo de elevação dos juros no país já tenha acabado, como se cogitou, nos últimos dias, que poderia acontecer.
Nos EUA, o Dow Jones -principal índice da Bolsa de Nova York- caiu 1,22%. A Nasdaq fechou com perdas de 2,07%.
A elevação nos preços do petróleo também afetou negativamente os negócios ontem.
Para os ativos brasileiros, é interessante que as taxas de juros pagas pelo Tesouro dos Estados Unidos deixem de subir. Quando essas taxas sobem, elevam a atratividade dos papéis norte-americanos, o que pode afastar os investidores de ativos de emergentes (como o Brasil).
Com a venda de títulos da dívida brasileira ontem, o risco-país subiu 1,83%, para 222 pontos.
A queda da Bolsa de Valores de São Paulo ontem prejudicou quase todas as ações do Ibovespa (índice que reúne os 55 papéis de maior liquidez). Apenas Embraer PN e ON, além de Telesp PN, conseguiram valorização, com ganhos de 1,05%, 0,55% e 0,12%, respectivamente.
Entre os papéis do Ibovespa, os que mais caíram foram Telemar ON (-6,07%) e Perdigão ON (-5,95%).
Os juros futuros não escaparam do mau dia. O número de contratos DI -que mostra as projeções para os juros futuros- negociados no pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) dobrou e chegou a 645 mil papéis. E as taxas fecharam em alta.
No DI mais negociado, com vencimento em janeiro de 2008, a taxa foi de 14,67% para 14,75%. No contrato que tem resgate na virada do ano, a taxa foi de 14,75% para 14,78%, ontem, na BM&F.
Em Nova York, o euro subiu a US$ 1,28, maior cotação em 12 meses, com indícios de que o BCE (Banco Central Europeu) possa vir a a elevar os juros.
(FABRICIO VIEIRA)


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