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Solidária a produtor, cooperativa pára
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Cocamar (Cooperativa
Agroindustrial de Maringá) aderiu ontem ao protesto dos agricultores do país e suspendeu sua produção de alimentos. O presidente
da entidade, Luiz Lourenço, disse
que a atitude é uma manifestação
de apoio aos 6.540 agricultores
cooperados. A paralisação das
máquinas interrompe o processamento diário de 3.200 toneladas
de soja, que resulta no fabrico de
20 mil caixas de óleo e de dezenas
de outros itens, informou o vice-presidente da entidade, José Fernandes Jardim.
A Cocamar é a quinta maior
cooperativa agrícola do país. Faturou R$ 958 milhões em 2005.
Segundo Jardim, desde domingo,
quando os agricultores concentram protestos em Maringá (428
km a noroeste de Curitiba), o
acesso ao pátio da cooperativa está bloqueado por tratores.
"A situação do produtores rurais é caótica e o governo não está
se atinando para a gravidade.
Muitos estão sem dinheiro até para sobreviver", disse Jardim.
Os produtores da região de Maringá afirmam ter perdido até
30% da safra atual, devido à seca e
à defasagem cambial dos preços
dos produtos para exportação.
Confronto
Agricultores e caminhoneiros
entraram em confronto ontem
durante bloqueio da rodovia BR-163, na região de Nova Mutum
(263 km de Cuiabá). A Polícia Militar informou que ao menos quatro pessoas foram levadas a hospitais com ferimentos leves.
O confronto ocorreu após um
grupo de caminhoneiros tentar
ultrapassar o bloqueio dos manifestantes. Caminhoneiros e agricultores entraram em choque.
Em Mato Grosso, 13 pontos de
bloqueios nas cinco rodovias federais que passam pelo Estado foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal ontem.
No sudoeste de Goiás, o número
de armazéns de grãos fechados
por produtores rurais já chegava a
nove ontem. Segundo a PRF, havia interdições para transporte de
produtos agrícolas em três rodovias federais.
Na Bahia, no município de Luiz
Eduardo Magalhães, produtores
rurais interditaram um trecho no
km 870 da BR-242.
Com Adriana Chaves, Thiago Guimarães, Thiago Reis e José Eduardo Rondon, da Agência Folha
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