São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Valor do aluguel aumenta 4,5% no ano em São Paulo

Inflação pelo IGP-M subiu só 1,16% no período; associação vê reaquecimento do mercado

No Estado, também houve expansão, de 2,78%, na quantidade de imóveis locados em março na comparação com fevereiro


TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Os aluguéis residenciais estão subindo acima da inflação na cidade de São Paulo. O preço médio pago pelos inquilinos tiveram alta de 4,55% no acumulado do ano até abril, contra 1,16% do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
Segundo os índices divulgados pela AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), houve alta de 0,9% no mês de abril, com relação a março, contra a estabilidade do índice inflacionário, que registrou variação de apenas 0,04% no mês passado.
"O valor do aluguel acompanha a lei da oferta e da procura. Esse aumento acima da inflação reflete a procura maior. Houve um reaquecimento do mercado", afirmou José Roberto Graiche, presidente da associação. A alta foi puxada por dois tipos de imóvel no mês de abril: apartamentos de dois quartos (2,75%) e casas de três dormitórios (5,15%). Já a queda mais acentuada foi registrada nos aluguéis de apartamentos de um quarto (-4,08%).
Na divisão por áreas, a principal alta (3,8%) foi registrada no setor que inclui os bairros de uso estritamente residencial e de alto padrão, como Granja Viana, Morumbi e região dos Jardins. No outro lado, com redução de 2% nos preços, está o setor que engloba bairros de uso residencial e comercial e de médio padrão, como Consolação, Tatuapé e Santa Cruz.
Com o aumento da massa salarial, Graiche avalia que mais pessoas estão trocando de casa, para morarem sozinhas ou com amigos, casando ou saindo de imóveis mais baratos para moradias mais caras. De acordo com os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento dos trabalhadores, nas seis regiões metropolitanas analisadas, cresceu 5% em março deste ano ante o mesmo mês em 2006. Nesse tipo de comparação, há alta ininterrupta desde julho de 2005.

Locação
O Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado São Paulo) também divulgou ontem os números do mercado de locação, mas referentes ao mês de março e analisando todo o Estado.
Houve crescimento de 2,78% no segmento, no comparativo com o mês anterior. A expansão foi registrada em cima de outra alta, já que em fevereiro, com relação a janeiro, houve aumento de 4,79% no número de imóveis alugados no Estado.
"A locação vem se mantendo como um bom negócio. Em alguns locais está difícil achar apartamentos com dois dormitórios, por exemplo", disse José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. Com o aumento da renda, além dos novos inquilinos, há locatários que estão se mudando das regiões periféricas para o centro. A manutenção do aluguel "num valor aceitável", segundo Viana, é outro motivo dessa expansão.
Na divisão por regiões, os destaques foram o interior (6,34%) e o litoral (4,87%). Na capital, a expansão foi bem menor (0,53%) e nas cidades do ABCD, em Guarulhos e em Osasco houve queda de 2,93% em unidades alugadas.
Com exceção da capital, houve recuo na inadimplência em todas as regiões. Ainda assim, na cidade de São Paulo, o aumento foi só de 0,22% na quantidade de inquilinos em débito.
Nas vendas de imóveis usados, a pesquisa indicou alta de 2,27% em março, o primeiro resultado positivo do ano, refletindo as facilidades no financiamento. Além disso, com os juros em queda, os investidores podem estar migrando do mercado financeiro para o de locação em busca de um rendimento maior, dizem especialistas.


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