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análise
Constituição determinará novos planos
DE CARACAS
Com a transferência das
refinarias, a Petrobras encerra o último dos três
grandes temas em negociação com a Bolívia, que
incluíam ainda a assinatura de novos contratos de
exploração de gás e o aumento do preço de exportação do produto ao Brasil.
Os planos da empresa na
Bolívia, no entanto, só devem ficar mais claros após
a aprovação da nova Constituição, ainda neste ano.
"É preciso entender que
o processo jurídico e político ainda não terminou.
Tem uma Assembléia
Constituinte que deve terminar nos próximos três
ou quatro meses. Todas as
regras, todas as leis, inclusive a nova Lei de Hidrocarbonetos, estão em jogo.
Ninguém sabe exatamente o que vai acontecer",
disse à Folha o economista Gonzalo Chávez, da
Universidade Católica da
Bolívia, em La Paz.
Para Chávez, um dos
maiores riscos é o setor radical da base governista,
que defende uma nacionalização mais "clássica",
com expulsão das multinacionais. Consciente da
importância da Constituinte, a Petrobras instalou escritório em Sucre,
local da Assembléia, para
influenciar no debate sobre os hidrocarbonetos.
O economista, por outro
lado, crê que o tema tenha
avançado muito, e agora o
governo Evo Morales buscará atrair investimentos
para aumentar a produção
e assim conseguir cumprir
os contratos de exportação a Brasil e Argentina.
"A Bolívia tem agora o
desafio de consolidar os
seus mercados. Pode haver um período de aproximação, esperado e razoável depois do tensionamento, que acho que foi
necessário. Ainda há incertezas pelo processo
constituinte, mas também
uma grande oportunidade
de fechar essa novela da
nacionalização para enfrentar um projeto de integração de longo prazo
fundamental para a Bolívia", acredita Chávez.
Uma eventual reaproximação, no entanto, ainda
está condicionada a negociações menores ainda em
andamento entre Petrobras e Bolívia, envolvendo
disputas tributárias e regras recentemente impostas por Morales que obrigam o abastecimento do
mercado interno de gás.
A Bolívia é responsável
pelo fornecimento de cerca de 50% do gás consumido pelo Brasil. Apesar da
importância, os investimentos da Petrobras no
país estão congelados desde 2003. Entre os projetos
que não saíram do papel,
estão a ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia e um
pólo petroquímico.
(FM)
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