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Grupo dá prazo para a parceria no Ceará
do enviado especial à Alemanha
A Petrobrás tem quatro semanas
para decidir se participa ou não da
nova refinaria, Renor (Refinaria
do Nordeste), que será construída
no Ceará, a partir do ano que vem.
Esse é o prazo para que o consórcio responsável pela construção da
refinaria feche contrato com a
companhia de petróleo que responderá pela operação.
O investimento inicial na Renor é
de US$ 950 milhões. O projeto está
sendo tocado pelo ThyssenKrupp
(85% das ações) e Interoil (15%).
Nessa primeira fase de operação, a
Renor produzirá 110 mil barris diários de combustíveis e outros produtos químicos preparados a partir do petróleo.
Segundo executivos do ThyssenKrupp na Alemanha, não há chance de a decisão sobre a nova operadora ser adiada. Além da Petrobrás, pelo menos duas outras companhias de petróleo estão negociando com o consórcio para participar e operar a nova refinaria. A
operadora teria de realizar investimentos pesados, mas seria sócia e
fornecedora de matéria-prima da
nova empresa.
O ThyssenKrupp quer que a operadora seja a companhia brasileira,
de acordo com o membro do Conselho de Administração Hans Ulrich Gruber. "Estamos conversando com a Petrobrás e o meu sentimento é que ela vai entrar no projeto", diz Gruber.
A Petrobrás concorre com a norte-americana Texaco e a espanhola
Repsol. Como a Repsol está acabando de fechar a compra da argentina YPF, a companhia tem interesse em estender suas atividades pelo Brasil.
"Eles têm acordo para produção
de gás natural no norte do Brasil e
negócios no sul do país. Por isso,
querem participar da refinaria para integrar suas atividades no Brasil", diz Gruber.
O executivo diz que a prioridade
do ThyssenKrupp é a parceria com
a Petrobrás, porque a empresa já
conhece o mercado brasileiro. Mas
Gruber admite que a Petrobrás pode ter problemas para aderir ao
projeto por falta de verbas para novos investimentos, especialmente
num momento de corte dos gastos
do governo. "É um fato da vida,
mas a Petrobrás é a combinação
que queremos."
Caso a Petrobrás não participe
do projeto, a segunda opção do
ThyssenKrupp seria a Repsol. A
disputa implica várias diferenças
para o projeto.
Se a Petrobrás for a operadora, a
refinaria usará óleo pesado, um tipo de matéria-prima que possibilita uso mais diversificado para indústria química. Por isso, a segunda fase do projeto, que prevê investimentos de US$ 1,1 bilhão, seria
adiantada. O volume de produção
cresceria para 200 mil barris de derivados de petróleo por dia.
Energia eólica
Além do investimento na refinaria, o ThyssenKrupp anunciou, na
semana passada, a assinatura de
um acordo com o governo do Ceará para a criação de uma "fazenda
de vento", como são chamados os
projetos de geração de energia eólica (por vento).
O projeto, orçado em mais de R$
150 milhões, será executado na cidade de Paracuru, a 70 quilômetros de Fortaleza. O ThyssenKrupp
construirá 133 turbinas para geração de aproximadamente 100 megawatts de energia.
"Será uma das maiores unidades
de produção de energia eólica do
mundo", diz Hans Gruber, diretor
do Conselho de Administração do
ThyssenKrupp. A obra deverá ser
concluída até o final do ano 2001 e
deverá ser financiada por investidores brasileiros.
(RG)
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