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Suez decide que vai concorrer sozinha no leilão
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Suez Energy Brasil decidiu
participar sozinha no leilão da
usina de Santo Antonio, no rio
Madeira, que deve ocorrer em
outubro. A estratégia é contrária à dos concorrentes, como
Odebrecht, Camargo Corrêa e
Light, que pretendem participar em consórcios. A Suez participará com uma SPE (Sociedade de Propósito Específico)
que deve ações após o leilão.
Segundo o diretor da Suez,
Victor Paranhos, o modelo permitirá vantagens comparativas. "Otimizar esse projeto em
60, 90 dias é muito complexo e
tentar fazer isso com vários sócios é impossível."
Após o leilão, Paranhos afirma que a participação do governo, por meio de associação com
uma estatal, é bem-vinda. Ele
pretende se ligar ao BNDESPar
(braço financeiro do BNDES) e
a sócios estratégicos.
O objetivo da Suez é manter
sua participação de mercado no
Brasil, da ordem de 7,8%, segundo a empresa. No mundo, a
Suez Energy tem 58 mil MW de
capacidade instalada, desse total, 6.000 MW estão no Brasil.
A usina de Santo Antonio, a primeira a ser construída, terá capacidade de 3.150 MW.
A Suez não pretende operar
as duas usinas do rio Madeira
(Santo Antonio e Jirau), mas
intenta ficar com uma delas.
De acordo com Paranhos, falta informação aos investidores
sobre o projeto, como o cadastro fundiário e a população que
mora no entorno da usina.
"Não sei se tudo o que foi estudado está disponibilizado. Não
podemos ter um processo competitivo com desigualdade de
informações", disse em alusão
aos estudos realizados por Furnas e Odebrecht.
A Suez estima o custo da usina de Santo Antonio em R$ 12
bilhões. Para o executivo, uma
das 33 condicionantes impostas pelo Ibama na concessão da
licença prévia, a determinação
de isolamento a 500 metros no
entorno da usina, é um entrave.
Segundo Paranhos, na margem direita não há floresta, e,
sim, área de pasto. "O impacto
social e econômico desse limite
de 500 metros é enorme", disse. O executivo diz que o governo deveria rever a medida antes
do leilão.
Apesar de o governo trabalhar com a perspectiva de entrada em operação em 2012, o
início deve ficar para 2013 devido ao período de chuvas e das licenças, segundo a empresa.
Ele disse estar preocupado
com a possibilidade de fornecedores de equipamentos comprometidos com outros consórcios não aceitarem propostas após o leilão.
Segundo ele, o contrato de fidelidade só pode valer até antes
do leilão. "Se valer depois, vamos comprar turbina na China
e na Rússia e não vai ter emprego aqui. Isso vai contra a lógica
econômica", disse.
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