São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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Bolsas mundiais perdem US$ 4,7 tri no ano

ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO

As empresas negociadas nas principais Bolsas mundiais perderam US$ 3 trilhões do seu valor de mercado em junho, depois de dois meses de recuperação -apenas no Brasil, a queda foi de mais de US$ 100 bilhões. O resultado só não foi pior que o de janeiro, quando, segundo dados revisados, elas se desvalorizaram em US$ 3,3 trilhões.
Nos seis primeiros meses deste ano, os 52 principais mercados mundiais se desvalorizaram em US$ 4,7 trilhões e perderam todos os ganhos do ano passado, de US$ 3 trilhões, segundo o levantamento mensal da agência Standard & Poor's.
De acordo com o estudo, os motivos para a desvalorização foram "o medo contínuo da inflação, o aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos e a crescente convicção de que o pior pode ainda não ter passado". Em junho, o barril de petróleo ultrapassou pela primeira vez a barreira dos US$ 140, aumentando as preocupações dos consumidores de boa parte do mundo com a alta dos preços dos combustíveis. Também em junho, diversos bancos centrais, como o do Brasil, elevaram os juros, a fim de conter a ameaça inflacionária. Os EUA pararam de cortar a sua taxa.
No mês passado, as Bolsas mundiais, em dólares, caíram 8,02%, com os emergentes sofrendo mais que os países desenvolvidos: quedas de 9,88% e 8,32%, respectivamente. Das 52 Bolsas analisadas, apenas 4 tiveram rendimentos positivos -entre elas a da Argentina, que se valorizou em 9,59%-, e a do Paquistão ficou estável.
No Brasil, a queda foi de 7,43%, mas o mercado do país lidera no período de 12 meses até junho, com ganhos de 49,8%. Nos últimos três meses, a Bolsa brasileira tem o terceiro maior rendimento (alta de 18,65%), ficando atrás dos mercados da Argentina, 26,75%, e da Jordânia, 19,87%.
O pior resultado do mês passado foi o da Índia, que se desvalorizou em 20,11%. Junho também foi ruim para os mercados americanos. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caiu 10,19% em junho, tendo o seu pior mês desde setembro de 2002. O resultado do mês passado foi ainda o pior junho do índice formado por 30 empresas desde 1930, quando os EUA atravessavam a Grande Depressão. No total, de acordo com a Standard & Poor's, os mercados americanos se desvalorizaram em 8,13% em junho.


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