São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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Bolsa encerra semana instável com alta acumulada de 1,3%

Ontem, Bovespa acompanhou pessimismo no mercado dos EUA com alta do petróleo e setor imobiliário e caiu 0,17%

Índice Dow Jones perde 1,14%, e ações de instituições financeiras voltam a cair; dólar encerra dia vendido a R$ 1,602, em baixa de 0,56%


Brendan McDermid/Reuters
Operadores na Bolsa Mercantil de NY; petróleo foi a US$ 145,08

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de mais uma semana bastante complicada e da baixa registrada ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu encerrar o período com ganhos acumulados de 1,32%, a 60.148 pontos. O desempenho negativo do mercado internacional, que sofreu com mais uma rodada de alta nos preços do petróleo, levou a Bovespa a terminar ontem com recuo de 0,17%.
A queda registrada no mercado local foi até pequena se comparada com a das Bolsas das maiores economias do mundo. Nos EUA, o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, perdeu 1,14%. Em Londres, a baixa registrada foi de 2,69%. A Bolsa de Valores de Frankfurt recuou 2,41% ontem.
O petróleo, que deu uma trégua no início da semana, acabou retornando a seus picos históricos. O barril do produto fechou cotado a US$ 145,08 em Nova York ontem, com apreciação de 2,42% (leia abaixo).
A elevação do petróleo é um incômodo por representar um novo ponto de pressão inflacionária, além de poder desestimular o consumo e esfriar a economia.
Para a Bovespa, por outro lado, a alta do petróleo acaba por ter também um efeito positivo, que é a valorização das ações da Petrobras. No pregão de ontem, as ações da empresa, responsáveis por 22% de toda a movimentação da Bolsa paulista, subiram 1,37% (preferenciais) e 0,87% (ordinárias).
"A semana foi de intensa volatilidade. Os mercados oscilaram muito, principalmente por causa do petróleo", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
"E a próxima semana virá com uma agenda carregada, com destaque para os índices de preços que vão ser conhecidos nos Estados Unidos e que podem mexer com o mercado global", diz Bandeira.
Vão ser divulgados na próxima semana os índices de preços ao consumidor e ao produtor norte-americanos, referentes ao mês de junho. Se os resultados demostrarem pressão inflacionária mais forte que as projeções, a reação do mercado financeiro internacional tende a ser bem ruim.
O setor financeiro norte-americano se mantém no centro das preocupações de analistas e investidores. O pregão de ontem em Wall Street foi, mais uma vez, ruim para o segmento. A queda do banco Lehman Brothers foi a mais pesada, ficando em 16,59%. As ações do JPMorgan Chase caíram 3,91%, e as do Bank of America perderam 3,09%.
Os temores em relação ao que ocorrerá com as instituições americanas do setor hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac se aprofundaram após o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, descartar uma operação de salvamento para elas, como se cogitava no mercado. As ações da Fannie Mae recuaram 22,35%, e as da Freddie Mac caíram 3,12%.

Ganhos fortes
Apesar da semana volátil, a maioria das 66 ações que compõem o índice Ibovespa encerrou o período com alta -foram 47 os papéis que se apreciaram.
No topo, apareceram Braskem PNA, com alta de 14,28%, Cosan ON (12,97%) e Embraer ON (12,44%).
As ações da Cosan têm sido beneficiadas, segundo analistas, pela expectativa de aumento no volume de exportações.
Os papéis da Petrobras, mesmo com a alta de ontem, lideraram as perdas na semana, com baixas de 6,01% (preferenciais) e 5,96% (ordinárias).
No mercado de câmbio, o dólar encerrou ontem vendido a R$ 1,602, em baixa de 0,56%.


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