|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Idosos têm a maior inflação desde 2003
Alimentação representou 66% da taxa para a terceira idade no segundo trimestre deste ano, diz a FGV
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A inflação dos idosos, medida
pelo IPC-3I (Índice de Preços
ao Consumidor da Terceira
Idade), chegou a 2,65% no segundo trimestre, o maior patamar desde março de 2003,
quando o índice foi de 5,28%.
Segundo a FGV, a alimentação
representou 66% da inflação do
trimestre abril-junho.
Os idosos sofreram mais os
efeitos da alta da inflação porque os alimentos têm um peso
maior na sua cesta de compras.
"O que tem movimentado os
índices de preços ao consumidor são as altas dos alimentos.
Na terceira idade, há um comprometimento maior da renda
com produtos alimentícios, tarifas públicas e gastos com saúde. O grupo dos idosos teve impacto maior no custo de vida",
afirma André Braz, coordenador de Índices de Preços ao
Consumidor da FGV.
No período de abril a junho
deste ano, a média da população registrou taxa de inflação
de 2,38%. A proporção dos gastos com saúde e cuidados pessoais, alimentação, despesas diversas e habitação, para as famílias com pelo menos 50% de
indivíduos com 60 anos ou
mais de idade, é maior do que a
da média da população.
A taxa em 12 meses já está em
6,36% -para a média da população, 5,96%. No ano, a inflação
dos idosos está em 4,05%.
O grupo alimentação registrou alta de 5,71% no segundo
trimestre, com destaque para
hortaliças e legumes (16,06%),
carne bovina (13,20%), panificados e biscoitos (12,89%) e laticínios (4,29%).
Segundo Braz, a expectativa é
de menor pressão dos preços
dos alimentos neste semestre
devido ao período de safra no
hemisfério Norte, o que influencia beneficamente as cotações de commodities como
milho, soja e trigo. A redução
dos preços nesses itens tende a
baixar o valor de outros produtos, como óleo de soja ou rações
de animais.
Os medicamentos representam outro item de peso na cesta
dos idosos. O reajuste autorizado pela Anvisa para este ano varia de 2,52% a 4,61%. O percentual é definido de acordo com o
nível de competição nos mercados com maior ou menor
participação de genéricos nas
vendas. No IPC-3I, a alta no
preço de medicamentos no segundo trimestre foi de 3,33%.
No segundo semestre, costuma haver maior concentração
de reajustes de tarifas residenciais, como água e esgoto e telefonia fixa.
Texto Anterior: Vaga informal resiste nas microempresas Próximo Texto: Em SP, taxa se desacelera no início do mês Índice
|