São Paulo, sábado, 12 de julho de 2008

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InBev eleva oferta por cervejaria americana

Proposta pela fabricante da Budweiser é ampliada de US$ 46,3 bi para US$ 50 bi

Diretoria da Anheuser-Busch vem resistindo a fechar acordo; negociação já provocou protestos nacionalistas nos EUA


DA BLOOMBERG DA REDAÇÃO

A InBev, a cervejaria belgo-brasileira que está tentando assumir o controle da norte-americana Anheuser-Busch, elevou sua oferta de compra em US$ 5, para US$ 70 por ação, segundo fontes ligadas às negociações.
Com o aumento da proposta, de US$ 46,3 bilhões para US$ 49,9 bilhões, as negociações entre as empresas, que caminhavam para uma oferta hostil (com a InBev tentando derrubar o conselho de administração da rival), agora apontam para uma solução amigável. Mas, apesar de o negócio poder ser fechado neste final de semana, as fontes não descartam novo fracasso nas tratativas.
A oferta melhorada, em relação à de US$ 65 por ação, pode pôr fim a um mês de oposição ao negócio por parte da Anheuser-Busch. O diretor financeiro da empresa, W. Randolph Baker, disse em comunicado que a política da empresa não permite comentar "rumores".
Uma aquisição da cervejaria norte-americana colocaria as marcas Stella Artois e Beck's, da InBev, lado a lado com a Budweiser, comercializada pela Anheuser-Busch há 132 anos. A InBev, maior cervejaria mundial em termos de vendas, também ultrapassará a SABMiller como a maior também em termos de volume, se conseguir concretizar a compra.
Iniciar conversações evitará uma prolongada batalha judicial, disseram analistas, depois que a InBev entrou na Justiça buscando destituir o conselho administrativo da Anheuser-Busch, no mês passado.
"Negociar deve ser a melhor alternativa para ambas as partes", disse Nikolaas Faes, analista da Exane BNP Paribas.
Procurada, a porta-voz da InBev, Marianne Amssoms, não respondeu aos telefonemas. A reportagem também não conseguiu contato com Terry Vogt e Maureen Roth, porta-vozes da Anheuser.

Nacionalismo
A possibilidade de venda da norte-americana Anheuser-Busch para a InBev já vem gerando protestos nacionalistas nos Estados Unidos.
O jornal "International Herald Tribune" afirmou, no artigo "Para alguns, não é só cerveja", que a oferta pode provocar um debate "patriótico sobre uma companhia entranhada na consciência americana". A cervejaria é a maior patrocinadora do Super Bowl, o campeonato nacional de futebol americano. A revista "The Economist" liga a compra à "perda da supremacia econômica dos EUA".
O negócio também entrou na pauta da campanha presidencial americana. O candidato democrata, Barack Obama, afirmou que será "lamentável" se a Anheuser-Busch for vendida a uma empresa estrangeira. Outros políticos democratas também criticaram o negócio.
A mulher de John McCain, candidato republicano, tinha, até 31 de dezembro de 2007, mais de US$ 1 milhão em ações da cervejaria dos EUA. Ela é presidente do conselho da Hensley, terceira maior distribuidora da cervejaria nos EUA.


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