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InBev eleva oferta por cervejaria americana
Proposta pela fabricante da Budweiser é ampliada de US$ 46,3 bi para US$ 50 bi
Diretoria da Anheuser-Busch vem resistindo a fechar acordo; negociação
já provocou protestos nacionalistas nos EUA
DA BLOOMBERG
DA REDAÇÃO
A InBev, a cervejaria belgo-brasileira que está tentando assumir o controle da norte-americana Anheuser-Busch, elevou
sua oferta de compra em US$ 5,
para US$ 70 por ação, segundo
fontes ligadas às negociações.
Com o aumento da proposta,
de US$ 46,3 bilhões para US$
49,9 bilhões, as negociações entre as empresas, que caminhavam para uma oferta hostil
(com a InBev tentando derrubar o conselho de administração da rival), agora apontam
para uma solução amigável.
Mas, apesar de o negócio poder
ser fechado neste final de semana, as fontes não descartam
novo fracasso nas tratativas.
A oferta melhorada, em relação à de US$ 65 por ação, pode
pôr fim a um mês de oposição
ao negócio por parte da Anheuser-Busch. O diretor financeiro
da empresa, W. Randolph Baker, disse em comunicado que a
política da empresa não permite comentar "rumores".
Uma aquisição da cervejaria
norte-americana colocaria as
marcas Stella Artois e Beck's,
da InBev, lado a lado com a
Budweiser, comercializada pela Anheuser-Busch há 132 anos.
A InBev, maior cervejaria mundial em termos de vendas, também ultrapassará a SABMiller
como a maior também em termos de volume, se conseguir
concretizar a compra.
Iniciar conversações evitará
uma prolongada batalha judicial, disseram analistas, depois
que a InBev entrou na Justiça
buscando destituir o conselho
administrativo da Anheuser-Busch, no mês passado.
"Negociar deve ser a melhor
alternativa para ambas as partes", disse Nikolaas Faes, analista da Exane BNP Paribas.
Procurada, a porta-voz da InBev, Marianne Amssoms, não
respondeu aos telefonemas. A
reportagem também não conseguiu contato com Terry Vogt
e Maureen Roth, porta-vozes
da Anheuser.
Nacionalismo
A possibilidade de venda da
norte-americana Anheuser-Busch para a InBev já vem gerando protestos nacionalistas
nos Estados Unidos.
O jornal "International Herald Tribune" afirmou, no artigo "Para alguns, não é só cerveja", que a oferta pode provocar
um debate "patriótico sobre
uma companhia entranhada na
consciência americana". A cervejaria é a maior patrocinadora
do Super Bowl, o campeonato
nacional de futebol americano.
A revista "The Economist" liga
a compra à "perda da supremacia econômica dos EUA".
O negócio também entrou na
pauta da campanha presidencial americana. O candidato democrata, Barack Obama, afirmou que será "lamentável" se a
Anheuser-Busch for vendida a
uma empresa estrangeira. Outros políticos democratas também criticaram o negócio.
A mulher de John McCain,
candidato republicano, tinha,
até 31 de dezembro de 2007,
mais de US$ 1 milhão em ações
da cervejaria dos EUA. Ela é
presidente do conselho da
Hensley, terceira maior distribuidora da cervejaria nos EUA.
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