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ARRECADAÇÃO
No primeiro semestre, resultado foi 10,4% maior que o de 99
Receita quer R$ 13 bi com autuações
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A fiscalização da Receita Federal
aumentou o cerco sobre os contribuintes e bateu novo recorde de
autuações. Nos primeiros seis
meses deste ano, o resultado da
ação foi de R$ 13,16 bilhões, 10,4%
a mais que o alcançado no mesmo
período de 99 (R$ 11,92 bilhões).
Desse total, R$ 2,1 bilhões estão
sendo cobrados dos bancos.
As autuações incluem impostos
não-pagos, multas e juros. O valor
representa 15,62% do total arrecadado pelo fisco no primeiro semestre deste ano. Esse dinheiro,
no entanto, não vai direto para os
cofres públicos. A grande maioria
não é recebida pelo governo.
Segundo estudos da Receita, a
cada ano 2% do valor das autuações acabam no Tesouro e 3% dos
débitos são parcelados. Outros
19% vão para a dívida ativa do governo -são débitos devidos, mas
não quitados. O restante faz parte
de contenciosos jurídicos.
Quase a metade do total das autuações, R$ 6,5 bilhões, é em cima
de quatro setores da economia:
instituições financeiras (R$ 2,1 bilhões), comércio (R$ 1,4 bilhão),
indústria (R$ 2 bilhões) e construção civil (R$ 1 bilhão). "São setores que a Receita decidiu fiscalizar
com maior empenho no período", diz o secretário-adjunto da
Receita Federal, Jorge Rachid.
De fato, apenas metade do valor
das autuações é considerado pela
Receita como sonegação. Ou seja,
são situações nas quais houve má-fé do contribuinte. A outra metade vem de diferença de interpretação da legislação tributária ou
erros de contabilidade.
Em ambos os casos, no entanto,
a Receita aplica multa sobre o valor devido. De 75% a 115% do valor do imposto devido, quando
não há má-fé, e de 150% a 220%,
quando há sonegação deliberada.
Rachid diz que o resultado positivo da fiscalização se deve às mudanças na estratégia de fiscalização implementadas em 99, quando o resultado da fiscalização
cresceu 80,37% em relação a 1998.
"Estamos concentrando o nosso
trabalho nos grandes contribuintes", diz Rachid. No caso de empresas, são aquelas que faturam
mais de R$ 50 milhões por ano.
Em 2000, já foram fiscalizadas
590 grandes empresas, com autuações no valor de R$ 8,246 bilhões. Um total de 2.636 empresas
médias (faturam entre R$ 3 milhões e R$ 50 milhões) também
estiveram sobre a mira do fisco e
renderam R$ 2,919 bilhões em impostos devidos, multas e juros.
Do total das autuações da Receita em 2000, R$ 263,5 milhões foram em cima de pessoas físicas.
Nessa categoria, os donos e diretores de empresas são a principal
preocupação do fisco. Do total,
45% das autuações foram em cima desse grupo.
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