São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2000


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COMÉRCIO EXTERIOR
Saldos semestrais foram de US$ 896 mi e US$ 819 mi; no ano, porém, déficit deve ficar em US$ 700 mi
Superávit argentino supera o brasileiro

GUSTAVO CHACRA
DE BUENOS AIRES

A Argentina terminou o primeiro semestre com superávit comercial (exportações maiores do que as importações) de US$ 896 milhões, o mais elevado nos últimos oito anos, segundo o Ministério da Economia. O saldo supera o brasileiro, que foi de US$ 819 milhões (ver quadro à direita).
No mesmo período de 99 a Argentina país havia obtido déficit de US$ 397 milhões. Com o Brasil, o superávit foi de US$ 313 milhões entre janeiro e junho.
O resultado argentino se deveu ao incremento de 13% nas exportações, contra o aumento de apenas 2% nas importações.
Os números, no entanto, não podem ser considerados tão favoráveis como aparentam, pois o aumento nas exportações foi motivado por um fator externo -no caso, a elevação do preço do petróleo no mercado internacional.
As vendas do produto e de seus derivados, principal item na pauta de exportações da Argentina, cresceram 94% em volume financeiro entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo de 99, mas quantitativamente houve queda de 8%.
Além disso, dos 13% de crescimento global nas exportações, segundo os dados do ministério, oito pontos percentuais se devem ao incremento nos preços (a maior parte por causa do petróleo), enquanto cinco pontos foram motivados pela elevação nas quantidades vendidas.

Importações
Não fosse o aumento do preço do petróleo, o resultado argentino poderia ter sido bem inferior, especialmente com os países do Mercosul e o Chile, regiões com as quais a Argentina foi superavitária no primeiro semestre.
A pequena elevação nas importações foi consequência de uma queda de 12% na compra de bens de capital -principal item da pauta- de outros países. Na avaliação de economistas argentinos, isso se deve à recessão no país, que já dura dois anos e está provocando redução nos investimentos.
No fim do ano, no entanto, pode haver uma reversão nesse quadro, de acordo com o secretário de Programação Econômica da Argentina, Miguel Bein. "As importações devem crescer após outubro, como ocorre todos os anos", disse.
Por esse motivo, a balança comercial deve fechar o ano com déficit de US$ 700 milhões. Ainda assim, um resultado superior ao de 99, quando o déficit foi de US$ 2.175 bilhões.


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