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MERCADO FINANCEIRO
Emissão de títulos do governo brasileiro com vencimento em 40 anos traz otimismo a investidor
C-Bonds voltam ao nível pré-crise russa
DA REPORTAGEM LOCAL
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira mais negociados no exterior, foram negociados a US$ 0,7675 (venda) ontem,
alta de 1,15%. A cotação dos papéis voltou aos níveis anteriores à
crise russa.
No final de julho de 1998, a cotação dos títulos estava em torno
de US$ 0,7650. No mês seguinte,
a moratória decretada pela Rússia causou pânico no mercado financeiro internacional, e os mais
atingidos foram os países emergentes. O C-Bond, principal indicador do "risco Brasil", despencou e chegou a ser negociado a
US$ 0,50 no segundo semestre
daquele ano.
Ontem, a cotação dos papéis foi
puxada pela troca dos bradies
brasileiros por bônus globais
com vencimento em 40 anos.
Na quinta-feira, o governo brasileiro anunciou a emissão de
US$ 5,22 bilhões em bônus globais, que seriam trocados, na totalidade, por títulos da dívida externa em circulação no mercado.
Segundo Marcelo Maneo, diretor do Lloyds TSB, o sucesso da
troca dos bradies também foi
sentido na Bolsa de Valores. A
Bovespa subiu 3,32% ontem, a
maior alta desde junho.
Maneo diz que o sucesso do leilão da Petrobras, cujos resultados
foram divulgados na quinta-feira, também influenciou o mercado ontem. As ações ordinárias da
estatal ficaram estáveis no pregão
de ontem, depois de terem subido 14,97% anteontem.
Juntas, as ações ordinárias e
preferenciais da Petrobras responderam por 33,42% dos R$
856 milhões movimentados na
Bovespa ontem. A expectativa é
que, depois do leilão, esses papéis
ganhem liquidez e passem a concentrar a maior parte do giro financeiro da Bolsa.
Na opinião de Carlos Alberto
Abdalla, da corretora Souza Barros, a emissão dos bônus globais
deve ter um impacto positivo no
câmbio, pois o sucesso da operação ajudou a "melhorar a imagem do Brasil no exterior", o que
deve atrair mais capital externo
para o país.
Ontem, o dólar comercial fechou em R$ 1,80 para venda, pequena alta de 0,17%. A valorização foi puxada por uma operação
pontual de saída de recursos, efetuada no início da tarde. Para Abdalla, a cotação pode cair já a partir da próxima semana.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)
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