LUCIANA COELHO
DA FOLHA ONLINE

O encolhimento das vendas do varejo chegou aos shoppings brasileiros, que registraram queda de 1% em valores nominais no primeiro semestre deste ano na comparação com os primeiros seis meses de 2001. Os dados, que já trazem descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor calculado pela Fundação Getúlio Vargas, foram divulgados ontem pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
Segundo Paulo Stewart, presidente da Abrasce, a queda nas vendas se deu em meio a um contexto de desvalorização cambial e juros altos. Mas ele afirmou que o desempenho do segmento foi razoável se comparado a outros setores, como o de supermercados, que no mesmo período sofreu retração de 2%. Para o ano, a expectativa é de recuperação, puxada sobretudo pelas vendas de Natal.
"Acreditamos que é possível modificar esse quadro de queda para obter um crescimento entre 1% e 2% no ano", disse.
"O ano passado teve um primeiro trimestre positivo, mas os outros trimestres foram muito ruins com o racionamento de energia, a crise argentina e a crise norte-americana", observou Stewart.
Nos 12 meses encerrados em junho, as vendas nominais dos shoppings diminuíram 3,16% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. "É uma situação que preocupa, mas já estamos tendo alguns sinais de melhora."
Para a melhorar as vendas, Stewart não apontou novas estratégias nem a melhora da conjuntura. "A recuperação vai acontecer por causa do calendário. Tivemos um Dia das Mães e um Dia dos Pais melhores esse ano, e devemos conseguir a recuperação [sobre as vendas de 2001" com o Natal", afirmou. Sondagem da Abrasce com 25 shoppings brasileiros mostra que as vendas do Dias dos Pais devem superar em cerca de 2,5% as de 2001.


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