|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE NO AR
Ocupação nos vôos aumenta de 64% para 67% nos últimos 12 meses
Aviação mostra sinais de retomada
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor de aviação começa a
mostrar sinais de uma leve melhora, apesar da situação crítica
que enfrenta. A taxa de ocupação
média geral dos assentos nos vôos
das empresas aumentou de 64%
para 67% em julho em relação ao
mesmo mês de 2002.
A determinação do governo para que as empresas reduzam o número de vôos contribuiu com o
desempenho. A Gol e a Vasp, porém, não seguiram a orientação e
registraram queda na ocupação.
Os sinais de melhora são baseados em dados do DAC (Departamento de Aviação Civil). A TAM
aumentou de 58% para 65% a taxa de ocupação. A Varig passou
de 68% para 70%.
As duas companhias fizeram
cortes no número de aviões. Ou
seja, reduziram os vôos e diminuíram suas frequências.
Para Rodolpho Gerstner, vice-presidente da Braztoa (associação
das operadoras), a reengenharia
atinge o consumidor, pois com
menos vôos há menos descontos
nos preços das passagens. "Mas a
reestruturação é necessária para
garantir o equilíbrio financeiro
das companhias", diz Gerstner.
O Ministério da Defesa confirmou ontem que tem estimulado
as companhias aéreas a reduzir
seu número de vôos, mas que
acompanha o setor para evitar
abusos de preços.
A Varig e a TAM afirmam que o
aumento da taxa de ocupação foi
consequência de decisões internas. As medidas, porém, seguem
à risca a política do governo.
A portaria 243, de 14 de março
deste ano, diz que o DAC deve estimular as companhias aéreas a
desenvolver planos de racionalização de linhas. Limita também a
importação de aviões à real comprovação de necessidade.
A Varig e a TAM seguiram à risca essas determinações. A Varig
reduziu de 134 para 104 o número
de aviões nos últimos 12 meses. A
TAM diminuiu de 91 para 83.
As duas empresas, que preparam um acordo de fusão, trabalham desde março com compartilhamento de vôos. Eliminaram
vôos em horários próximos.
A Gol e a Vasp optaram, no entanto, por não seguir as recomendações do governo. A frota da Gol
aumentou de 19 aviões em dezembro para os atuais 22 Boeing.
Deixou de encomendar três
Boeing. "A queda no número de
ocupação de assentos em julho se
deve à retração da economia. Em
agosto, vamos voltar a crescer",
afirma Constantino Júnior, presidente da Gol.
Ele afirmou, porém, que a expansão do mercado de aviação
depende da conclusão do processo de fusão da Varig com a TAM.
"Vai estar tudo parado até lá."
A Vasp afirmou que manteve
sua frota de 32 aviões (a maioria
da própria companhia) porque
tem trabalhado em nichos de
mercado, como venda de passagens para empresas.
Igualdade
Constantino Júnior afirmou ontem que teve uma reunião com o
ministro da Casa Civil, José Dirceu, que lhe garantiu que todas as
companhias aéreas terão o mesmo tratamento pelo governo.
O encontro ocorreu em abril,
quando a Varig e a TAM já negociavam a fusão. "O ministro me
disse que daria tratamento equânime a todas as companhias aéreas do país", afirmou.
Segundo ele, Dirceu não especificou como seria esse tratamento
igualitário.
Texto Anterior: Taubaté ameaça exportação da Volks Próximo Texto: Gol afirma que Varig-TAM não terá privilégio Índice
|