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Taubaté ameaça exportação da Volks
ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sindicato dos Metalúrgicos de
Taubaté ameaça parar o setor de
exportações da Volkswagen amanhã, caso a empresa não cancele
2.010 comunicados enviados a
trabalhadores convocados para
integrar o Instituto Gente, a partir
de 1º de setembro.
A transferência de 3.933 excedentes faz parte de um plano de
reestruturação da montadora no
país. A Volks informa que vai capacitar os funcionários no Instituto Gente para, em seguida, realocá-los no projeto Autovisão, que
incentivará novos negócios.
A iniciativa de paralisar setores
exportadores também pode ser
adotada na unidade do ABC para
pressionar a empresa a cancelar
as cartas enviadas a 1.923 funcionários. O alvo pode ser a linha de
produção do Polo, que fabrica em
média 120 veículos por dia.
As manifestações podem se intensificar porque a Volks informou ontem à noite ao Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC que não
cancelará as cartas, nem a transferência de excedentes. O vice-presidente de recursos humanos,
João Rached, disse que a Volks
acredita na "continuidade das negociações" e que o sindicato "precisa apoiar de forma ampla o projeto Autovisão, sem se apegar em
pontos isolados".
Para o sindicato, sem o cancelamento estão suspensas as negociações. "Os trabalhadores estão
protegidos pelo acordo de estabilidade até 2006. Está claro que os
funcionários têm contrato com a
fábrica Anchieta, não com esse
Instituto Gente. Na verdade, deveria se chamar Instituto Pingente, porque, como o pingente de
um trem, ninguém sabe se chega à
próxima estação", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopes Feijóo.
No ABC, cerca de 800 mensalistas participaram de protestos ontem e de uma passeata interna na
fábrica. Hélio Honorato, da comissão de fábrica, informou que
as manifestações impediram a entrada e saída de caminhões da fábrica, o que afetou o transporte de
peças para as revendedoras. A
montadora não confirma.
Em Taubaté, o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos da região, Antonio Eduardo de Oliveira, disse que "o objetivo é atingir o
setor de exportação para atrapalhar a linha de produção que atenderá ao contrato milionário firmado pela empresa".
A meta da Volks é exportar 400
mil veículos neste ano. O valor do
contrato com a China é de US$
500 milhões.
Hoje acontece a segunda reunião entre a empresa e o sindicato
de Taubaté, na Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília (DF).
Dependendo do resultado do encontro, a paralisação do setor de
exportação será confirmada hoje.
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