UOL


São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Taubaté ameaça exportação da Volks

ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté ameaça parar o setor de exportações da Volkswagen amanhã, caso a empresa não cancele 2.010 comunicados enviados a trabalhadores convocados para integrar o Instituto Gente, a partir de 1º de setembro.
A transferência de 3.933 excedentes faz parte de um plano de reestruturação da montadora no país. A Volks informa que vai capacitar os funcionários no Instituto Gente para, em seguida, realocá-los no projeto Autovisão, que incentivará novos negócios.
A iniciativa de paralisar setores exportadores também pode ser adotada na unidade do ABC para pressionar a empresa a cancelar as cartas enviadas a 1.923 funcionários. O alvo pode ser a linha de produção do Polo, que fabrica em média 120 veículos por dia.
As manifestações podem se intensificar porque a Volks informou ontem à noite ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que não cancelará as cartas, nem a transferência de excedentes. O vice-presidente de recursos humanos, João Rached, disse que a Volks acredita na "continuidade das negociações" e que o sindicato "precisa apoiar de forma ampla o projeto Autovisão, sem se apegar em pontos isolados".
Para o sindicato, sem o cancelamento estão suspensas as negociações. "Os trabalhadores estão protegidos pelo acordo de estabilidade até 2006. Está claro que os funcionários têm contrato com a fábrica Anchieta, não com esse Instituto Gente. Na verdade, deveria se chamar Instituto Pingente, porque, como o pingente de um trem, ninguém sabe se chega à próxima estação", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopes Feijóo.
No ABC, cerca de 800 mensalistas participaram de protestos ontem e de uma passeata interna na fábrica. Hélio Honorato, da comissão de fábrica, informou que as manifestações impediram a entrada e saída de caminhões da fábrica, o que afetou o transporte de peças para as revendedoras. A montadora não confirma.
Em Taubaté, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da região, Antonio Eduardo de Oliveira, disse que "o objetivo é atingir o setor de exportação para atrapalhar a linha de produção que atenderá ao contrato milionário firmado pela empresa".
A meta da Volks é exportar 400 mil veículos neste ano. O valor do contrato com a China é de US$ 500 milhões.
Hoje acontece a segunda reunião entre a empresa e o sindicato de Taubaté, na Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília (DF). Dependendo do resultado do encontro, a paralisação do setor de exportação será confirmada hoje.


Texto Anterior: Outro lado: Anfavea rebate ministro e apóia imposto menor
Próximo Texto: Crise no ar: Aviação mostra sinais de retomada
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.